Topo

Conteúdo publicado há
10 meses

Ministro da AGU é vaiado ao citar Lula durante a Marcha para Jesus em SP

Do UOL, em São Paulo

08/06/2023 14h53Atualizada em 08/06/2023 16h47

O presidente Lula (PT) recusou o convite para a 31ª Marcha para Jesus em São Paulo, mas enviou a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, para representá-lo no evento evangélico.

O que aconteceu

Ministro da AGU foi vaiado enquanto discursava no palco, ao citar Lula. A manifestação do público ocorreu logo após Messias dizer: "Esse é o recado que o presidente pediu para trazer para vocês".

O advogado-geral da União afirmou que o povo quer paz e que o governo vai lutar por isso. Ele e a deputada Benedita são evangélicos.

O apóstolo Estevam Hernandes, idealizador da Marcha, chamou as autoridades para participarem de um ato no palco. Havia prefeitos da Grande São Paulo — o da capital, Ricardo Nunes, não compareceu pois está na França.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também discursou.

Vim aqui dizer para vocês, a pedido do presidente, que em Brasília existem homens e mulheres que vivem para o Reino. Estamos lá levantados por Deus para cumprir um propósito. Nosso povo quer paz e vamos lutar pela paz."
Jorge Messias, ministro AGU

Bispa Sônia faz oração pelas autoridades. Ela pediu para que os representantes fossem "dirigidos pelo espírito" e para que a sabedoria de Deus os conduzisse. No ano passado, a bispa também fez uma oração pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Uma bandeira do Brasil foi passada para o público depois do ato com as autoridades. Os organizadores estimam que 2 milhões de pessoas foram à Marcha para Jesus hoje.

Lula e Bolsonaro

Lula nunca subiu no trio elétrico da igreja Renascer. Em 2009, o petista assinou a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

Bolsonaro foi o primeiro presidente da República a participar do evento evangélico, em 2019. No ano anterior, compareceu como deputado e candidato a presidente; e voltou em 2022, após a pandemia. Neste ano o político não compareceu, assim como sua esposa, Michelle Bolsonaro, que é crente.

Palco para Tarcísio

A participação de Tarcísio é um movimento político importante para fortalecer seus laços com o eleitorado evangélico paulistano. Católico, o governador é do Republicanos, partido ligado à Igreja Universal.

Sua ida à celebração — pela segunda vez consecutiva — foi elogiada por seu partido: "Não só apoiamos a participação do governador como também parabenizamos seu gesto". Segundo o Republicanos, os "valores da família e a liberdade da crença" são algumas das bandeiras defendidas pelo partido e a Marcha para Jesus "converge" com esses princípios".

Em março, o governador sancionou uma lei que tornou o evento como patrimônio cultural imaterial do estado. Desde 2015, uma lei assinada pelo então governador Geraldo Alckmin (hoje PSB) determinou que a Marcha aconteça sempre no feriado de Corpus Christi.