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União não tem sensibilidade com mulher, diz Waguinho sobre saída de Daniela

Do UOL, em Brasília

14/06/2023 16h40

O prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), criticou hoje o União Brasil pelo pedido de saída de Daniela Carneiro (União), sua esposa, do Ministério do Turismo.

O que aconteceu?

A saída da ministra já é dada como certa no Palácio do Planalto —só falta bater o martelo sobre quando e quem será o sucessor, embora já haja um nome mais cotado. A troca é resultado de uma pressão do União Brasil, que, em meio a uma disputa interna, quer rifar Daniela depois que ela indicou saída para o Republicanos.

À imprensa Waguinho acusou o antigo partido "não ter sensibilidade com mulher". Daniela foi a deputada federal mais votada do Rio de Janeiro em 2022.

O casal participou de uma reunião de emergência ontem com o presidente Lula (PT), em que ele decidiu mantê-la no cargo. Lula pediu que a ainda ministra faça um levantamento das suas ações à frente do Turismo para "promover uma saída honrosa".

Waguinho negou que Lula já tenha decretado a saída da mulher, mas disse que, caso ocorra, o casal seguirá apoiando o presidente e que Daniela deverá voltar para a Câmara dos Deputados.

O partido [União Brasil] não tem sensibilidade com a mulher, né? A mulher mais votada do estado do Rio de Janeiro, estado que elegeu, proporcionalmente, a maior bancada do Brasil [pelo União]. A mulher conta em dobro para o fundo eleitoral. Aí você vê o União Brasil atacar uma mulher? Esses caras estão sem sensibilidade alguma.
Waguinho, marido da ministra Daniela Carneiro

O prefeito, então presidente do União no Rio de Janeiro, deixou o partido no meio de abril, em meio a uma disputa com o presidente nacional, Luciano Bivar. Um dia depois, Daniela e cinco colegas de bancada entraram na Justiça para manter os cargos na Câmara caso também deixassem a sigla.

Segundo o prefeito, a vaga de Daniela cumpriu "a cota do Rio" no União Brasil pela votação expressiva e pelo apoio do casal a Lula na eleição.

O prefeito retornou ao Palácio do Planalto hoje para conversar com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) sobre "a bancada do Rio de Janeiro". "Essa questão do ministério já debatemos, está em outra esfera — na esfera partidária", justificou.

Se sair, volta para a Câmara

Waguinho garantiu ainda que, caso a saída for confirmada, ela deverá voltar à Câmara dos Deputados. Segundo ele, o plano do casal era que Daniela ficasse pelo menos um ano no cargo.

A Daniela foi votada nos 92 municípios do Rio de Janeiro. O que ela vai fazer é defender os prefeitos dela e as cidades que votaram nela. Ela vai pedir ao presidente Lula que ajude às cidades, que mande recursos.
Waguinho, sobre possível futuro da esposa

Quem deve assumir a pasta é o deputado Celso Sabino (União-PA), endossado pelo centrão. Ele é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do deputado Elmar Nascimento (União-BA), líder do partido na Casa.

Na reunião com Lula, Waguinho argumentou que o presidente trocaria a ministra, sua apoiadora, por um "bolsonarista". Como Elmar, há registros de Sabino comemorando a prisão de Lula em 2018.