Atual diretor da PRF sobre 2º turno: 'Não lembro de ter visto algo similar'
O atual diretor da PRF, Fernando Oliveira, garantiu que houve mais fiscalizações no Nordeste durante o 2º turno das eleições de 2022 e que nunca viu situação semelhante a esta antes.
O que ele disse:
Oliveira evitou comentar as afirmações do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques e garantiu que os números e dados do órgão comprovam a movimentação atípica naquela região do país: "Na eleição, em particular, não lembro de ter visto algo similar", disse, em entrevista ao Estúdioi, programa da GloboNews.
Dado é dado, é número frio. E o número frio diz que houve mais fiscalização a coletivos no Nordeste.
Diretor da PRF, Fernando Oliveira
Silvinei, à comissão, disse que ação coordenada para impedir a votação seria impossível. "Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como", disse. "Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum email enviado?", questionou.
Operação da PRF no 2º turno
A "Operação Eleições" fez uma série de blitze em todos os estados do país em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno. Segundo a PRF, o foco era evitar possíveis crimes eleitorais.
O STF (Supremo Tribunal Federal) havia proibido operações que afetassem o transporte de eleitores, gratuito naquele dia em várias cidades. Mesmo assim, a PRF, sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e então comandada por Vasques, seu apoiador, realizou centenas de bloqueios, com inspeção de vans e ônibus, principalmente no Nordeste, conforme revelou documento obtido pelo UOL.
Dados da PRF encaminhados mostraram que a corporação fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste entre os dias 28 e 30 de outubro, região onde o presidente Lula venceu no primeiro turno e tinha favoritismo para o segundo. Nas demais regiões, foram 893 (Centro-Oeste), 632 (Sul), 571 (Sudeste) e 310 (Norte).
Com os bloqueios, eleitores chegaram atrasados a seus locais de votação. O TSE chegou a ampliar o horário para as pessoas votarem, além de pedir explicações à PRF.
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