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Som vazado e ministro fora: bastidores do TSE ao condenar Bolsonaro

Do UOL, em Brasília, São Paulo e Rio

30/06/2023 14h55Atualizada em 01/07/2023 12h44

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou, por cinco votos a dois, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade até 2030. A sessão foi marcada por atrasos, problemas de conexão e pressa em votar.

Como foi a sessão?

Houve um atraso de 23 minutos para começar. Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Nunes Marques estavam na sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal), realizada nesta manhã para marcar o fim dos trabalhos do semestre. Ao todo, o julgamento durou cerca de duas horas.

Voto rápido. Cármen foi a ministra mais sucinta, com um voto de 25 minutos de duração. Ela anunciou logo no início do julgamento que iria votar para condenar Bolsonaro, formando maioria pela inelegibilidade do ex-presidente.

O único ministro ausente presencialmente na sessão foi Raul Araújo. Ontem, ele havia dado um dos votos favoráveis a Bolsonaro. O magistrado acompanhou a sessão de hoje por videoconferência por estar fora de Brasília e, durante a sessão, a conexão ruim o forçou a desativar a câmera por alguns minutos.

Vaza som. A transmissão do ministro ainda vazou no final da sessão, com uma frase: "Tá gravando mais, não".

"Não estão em julgamento afinidades políticas", diz Nunes Marques. Indicado por Bolsonaro ao STF, ele considerou que as falas do ex-presidente não foram "capazes" de influenciar a corrida ao Palácio do Planalto e foram "mero exercício de funções privativas do chefe de Estado". "Ainda que se considere as informações questionáveis, a reunião com embaixadores não foi capaz de perturbar a regularidade das eleições", afirmou.

Eu avisei. Alexandre de Moraes, em seu voto pela condenação a tornar Bolsonaro inelegível, relembrou do aviso dado pelo TSE em 2021, quando a Corte salvou a chapa do então presidente, mas disse que não toleraria ataques nas eleições de 2022. "E digo isso porque nas Aijes julgadas no dia 28 de outubro [de 2021], o investigado era o mesmo investigado nesta presente Aije. À época o então presidente Jair Messias Bolsonaro. Não há como se alegar desconhecimento do que seria abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A Corte já havia decidido isso."

Figadal. O presidente do TSE ainda alfinetou Bolsonaro. "O presidente acordou nervoso um dia e quis desopilar o fígado", disse, ao chamar a reunião com embaixadores de uma "produção cinematográfica para, em tempo real, as redes sociais bombardearem os eleitores com a desinformação".

*Participam da cobertura:

Do UOL, em Brasília: Gabriela Vinhal e Paulo Roberto Netto
Do UOL, em São Paulo: Ana Paula Bimbati, Caíque Alencar e Isabella Cavalcante
Do UOL, no Rio: Lola Ferreira
Colaboração de Tiago Minervino