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Cármen consolida inelegibilidade de Bolsonaro com voto curto de 25 minutos

Do UOL, em Brasília

30/06/2023 13h03Atualizada em 30/06/2023 15h52

A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu o voto mais curto do julgamento que tem maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação. A magistrada levou 25 minutos para ler, de forma sucinta, o voto que consolidou a inelegibilidade do ex-mandatário.

O que aconteceu?

Cármen foi a ministra com o voto mais curto do julgamento. Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Raul Araújo levaram mais de uma hora, cada um, para concluir a leitura do voto.

O mais longo é do ministro Benedito Gonçalves, que levou quase duas horas e meia para terminar sua leitura.

Cármen abriu o voto dizendo logo que acompanharia o relator, Benedito Gonçalves, e os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares para condenar Bolsonaro. Ela disse que preparou um voto escrito de cerca de cem páginas, mas faria uma leitura suscita.

A ministra criticou duramente os ataques de Bolsonaro, afirmando que embora o Judiciário aceite críticas, o ex-presidente usou a estrutura pública da Presidência para fazer "achaque" contra ministros do Supremo.

"O que não se pode é um servidor público, em um equipamento público, em um espaço público com divulgação pela EBC e redes sociais fazer achaques contra ministros do Supremo sem que estivesse atingindo a própria instituição. E não há democracia sem Poder Judiciário independente", disse.

A ministra também apontou que o ex-chanceller Carlos França declarou que evento foi organizado por um pequeno grupo ligado ao Bolsonaro, sem participação do Itamaraty. Para Cármen, isso demonstra que Bolsonaro também desrespeitou o próprio Executivo.

"Por norma expressa, a organização desses eventos se dá quando se trata de ato de governo ao Itamaraty. E perguntado, o então ministro das Relações Exteriores disse que não sabia, que não participou. Essa organização se deu por um grupo pequeno, ligado ao então presidente da República, com um objetivo muito específico para apresentar o seu monólogo", afirmou.

A reunião se tratou de um monólogo no qual se teve uma autopromoção.
Cármen Lúcia, ministra do Supremo