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Bolsonaro após Michelle dizer estar 'às ordens': 'Ela não tem experiência'

Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro (PL) - CARLA CARNIEL/REUTERS
Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro (PL) Imagem: CARLA CARNIEL/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

30/06/2023 21h26Atualizada em 30/06/2023 22h42

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) "não tem experiência" para atuar na política.

O que aconteceu:

A fala ocorreu horas após Michelle publicar nas redes que está "às suas ordens, capitão", citando o apelido que ele recebe de apoiadores. Ela fez a postagem para prestar apoio ao marido após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tê-lo tornado inelegível por oito anos.

O ex-mandatário também respondeu que a ex-primeira-dama "nunca estará à disposição" dele, apesar de ela ter publicado a postagem dizendo estar "às ordens". Michelle é presidente do PL Mulher e é um dos nomes cotados para substituir Bolsonaro em uma possível chapa de direita para as eleições presidenciais de 2026.

"Eleição é outra história". O ex-presidente já chegou a dizer que apoiaria uma eventual candidatura de Michelle, e declarou que ela seria uma "excelente cabo eleitoral", mas parece ter mudado de posicionamento.

Na publicação de apoio, Michelle compartilhou uma passagem do livro dos Colossenses, capítulo 3, versículo 5, mas atribuiu a frase erroneamente. A frase escrita ("Pois quem agir de forma injusta receberá o devido pagamento da injustiça cometida; e nisto não há exceção para pessoa alguma") está em Colossenses, capítulo 3, versículo 25. A passagem que ela citou é: "Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria".

Ela tem a vida dela. Se candidatar é um direito dela. Tenho conversado com ela. Ela não tem experiência para enfrentar o dia-a-dia de uma política bastante violenta, com o sistema bastante ativo no Brasil. Eleição é outra história."
Jair Bolsonaro, ex-presidente

A decisão do TSE

O TSE tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos, a contar das eleições de 2022. O placar ficou em 5 a 2 contra o ex-mandatário — os ministros Kassio Nunes Marques e Raul Araújo foram contra a inelegibilidade.

Bolsonaro é o terceiro ex-presidente do Brasil a se tornar inelegível após a redemocratização. É ainda o primeiro condenado pelo TSE, que formou maioria entre os ministros com essa decisão.

A ação contra Bolsonaro foi movida pelo PDT e julgada pelo TSE. Os ministros entenderam que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e fez uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022. Ele perdeu o pleito para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ex-presidente fica inelegível por oito anos e, se não houver recursos favoráveis, só voltará a poder disputar uma eleição em 2030.