Jefferson comprou armas enquanto cumpria prisão domiciliar, diz jornal
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) comprou duas armas e cartuchos enquanto estava preso por ordem do STF, segundo documentos obtidos pelo jornal O Globo.
O que aconteceu:
Jefferson comprou uma carabina, uma pistola e pelo menos 150 cartuchos no período. A reportagem publicada hoje informa ter tido acesso a notas fiscais e documentos emitidos pelo Exército.
A lei brasileira veta a posse e a compra de armas a investigados ou réus em ações penais. Mesmo assim, o Exército deu aval para a compra de armas em nome do ex-parlamentar. O caso é investigado.
A pistola foi comprada em nome do ex-deputado numa loja de Brasília em dezembro de 2021 — ele estava preso no Complexo de Gericinó na época. A prisão se deu em agosto daquele ano numa operação no âmbito da investigação sobre suposta organização criminosa digital voltada a atacar instituições a fim de abalar a democracia.
Já a carabina foi registrada junto à 11ª Região Militar, de Brasília, quando ele estava em prisão domiciliar, em 4 de julho de 2022. A arma, segundo a reportagem, foi usada por Jefferson contra policiais federais que foram que tentaram cumprir uma ordem de prisão contra ele, em outubro.
A carabina foi entregue à Polícia Federal por Padre Kelmon (PTB), aliado de Jefferson, depois dos disparos contra os agentes federais. Já a pistola, comprada por R$ 14,4 mil, foi encontrada em uma maleta na casa dele. Jefferson responde na Justiça Federal por quatro tentativas de homicídio contra os policiais federais e posse ilegal de armas.
Notas fiscais em nome do ex-deputado mostram que em apenas um dia, em agosto de 2021, ele comprou 150 cartuchos 9mm por R$ 2 mil.
As compras são objeto de um IPM (Inquérito Policial Militar), aberto após requisição do Ministério Público Militar.
O Exército suspendeu o certificado de CAC de Jefferson somente um dia depois do ataque aos agentes federais. Além de buscar identificar os militares que autorizaram a compra das armas, o IPM apura a razão da demora para cassar o registro do ex-parlamentar, que era réu no STF desde agosto de 2021.
Segundo o jornal, a promotora Caroline Piloni enviou um ofício ao comando da 11ª Região Militar em maio do ano passando para que houvesse uma apuração sobre o caso. "É necessário apurar eventuais responsabilidades criminais quanto à manutenção ou ao deferimento para aquisição, por parte de Roberto Jefferson, de novos Produtos Controlados pelo Exército no período em que ele já era investigado em inquérito criminal, e depois, réu em ação penal", escreveu.
[O Exército] teria se quedado inerte, ao não adotar medidas para suspender ou cancelar seu Certificado de Registro e notificá-lo quanto à necessidade de se desfazer de seu acervo, o que poderia evitar o fato ocorrido em 23 de outubro [ataque aos policiais federais". Promotora Caroline Piloni em documento obtido pelo jornal O Globo
Outro lado
Ao jornal, o Exército disse que o motivo da demora para suspender o registro de Jefferson está sendo apurado no inquérito.
A defesa do ex-parlamentar afirmou que "as armas e registros de Jefferson sempre estiveram em situação regular". Os advogados acrescentaram que ele tem interesse em doar suas armas e munições e que aguardam designação de data e horário para entregar os equipamentos ao Exército.
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