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União Brasil planeja inflar orçamento para aumentar verbas de ministérios

Gabriela Vinhal e Carolina Nogueira

Do UOL, em Brasília, e colaboração para o UOL, em Brasília

04/07/2023 04h00

Deputados do centrão negociam formas de ampliar o orçamento dos ministérios que são da cota do grupo, como Turismo, Comunicações, Integração e Desenvolvimento Regional. O movimento poderia aplacar os desejos dos parlamentares por mais emendas e cargos nos estados.

O que aconteceu

Nos próximos dias, o presidente Lula deve anunciar o deputado Celso Sabino (União-PA) para o cargo de ministro do Turismo. O parlamentar vai substituir Daniela Carneiro, que pediu desfiliação da sigla para entrar no Republicanos. A legenda não se sente representada na pasta e pressiona pela troca.

O nome de Sabino recebeu a bênção do partido. A indicação deverá apaziguar a relação entre Planalto e centrão na Câmara.

Em segundo plano, os deputados planejam ampliar a capacidade de entrega da pasta, que, atualmente, tem orçamento de R$ 2,15 bilhões.

Com mais dinheiro, a pasta poderia atender as demandas dos deputados em seus estados, repassando emendas para obras de infraestrutura.

O relatório da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024 já está com o deputado Danilo Forte (CE) e tem preocupado o Planalto. Nos bastidores, a avaliação é que o texto será um dos grandes embates que o governo terá no Congresso a partir do segundo semestre.

Forte precisa esperar a aprovação do arcabouço fiscal para produzir o relatório da LDO. A nova regra já teve alterações no Senado e deve ser analisada novamente pela Câmara nesta primeira semana de julho.

Sem tempo hábil para aprovar a LDO em julho, a matéria será discutida apenas em agosto, depois do recesso informal.

Governo Lula e centrão

A gestão do presidente Lula tem enfrentado dificuldades para construir uma base sólida na Câmara. Parte dos impasses é atribuída à falta de articulação dos ministros palacianos, Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).

Na MP dos Ministérios, o presidente Lula precisou entrar em campo para negociar diretamente com os deputados e evitar o que seria a maior derrota do terceiro mandato. O texto ganhou mudanças, mas Lula cancelou parte delas. Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso.

À época, o acordo incluiu a liberação de R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares e a troca ministerial, que ainda vai ser feita.