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CPI: Eliziane diz que é cedo para convocar Bolsonaro e denuncia machismo

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do 8 de Janeiro, avaliou durante o UOL Entrevista de hoje que "ainda é cedo" para convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para prestar depoimento na comissão. O UOL Entrevista foi apresentado por Fabíola Cidral e teve as participações de Josias de Souza e Juliana Dal Piva.

O que disse Eliziane?

"Se houver necessidade clara de chamá-lo, vamos chamar". Eliziane disse que prefere esperar ter mais documentos que embasem um convite ou convocação de Bolsonaro à CPMI que investiga as circunstâncias dos atos golpistas.

As mensagens trocadas entre Bolsonaro e Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens que compareceu à CPMI nesta semana, poderão fornecer mais materiais para a mesa diretora. Porém, o ex-presidente utilizaria um recurso de apagar as mensagens no WhatsApp após dois dias, relatou a senadora —o que pode limitar a quantidade de informações obtidas após a quebra de sigilo telemático de Mauro Cid.

Mas não posso dizer hoje que vamos chamar [Jair Bolsonaro]. O meu sinal enquanto relatora é que a gente precisa esperar mais um pouco para entender ou decidir a vinda dele à comissão e em qual tempo de fato isso vai ocorrer."
Eliziane Gama durante o UOL Entrevista

"Nunca sofri tanto machismo quanto estou sofrendo nessa CPMI"

A relatora afirmou que, em sua carreira política de quase 20 anos, este é o momento em que mais percebe atos machistas dirigidos contra ela.

Não posso deixar de reconhecer que está ocorrendo dentro de todos os espaços da CPMI. Infelizmente, essa é uma realidade. Não é querer se vitimizar, mas existe uma realidade brasileira que está diante de nós, e isso se reproduz na política brasileira, e ocorre de forma escancarada."

A senadora não culpabiliza o presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil-BA), mas cita exemplo envolvendo a mesa diretora: "Nesta CPMI, eu já fiz uma questão de ordem e não fui atendida. Em seguida, um homem fez a mesma questão de ordem e foi atendido", declarou.

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"Tentando o mínimo de harmonia": Questionada a respeito de seus diálogos com o presidente da CPMI, Eliziane Gama disse que procura criar "o mínimo de harmonia, senão teremos graves problemas".

Na última sessão, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou ter sido alvo de violência política de gênero por parte do também deputado Abílio Brunini (PL), que negou a acusação. A mesa diretora da CPMI pediu investigação e aguarda as imagens da sessão para avaliar o caso.

Silêncio de Mauro Cid: ele 'claramente transgrediu' decisão do STF, diz Eliziane

A relatora viu como acertada a decisão do presidente da CPMI, Arthur Maia, de acionar a Justiça para denunciar Mauro Cid por abuso de silêncio durante o seu depoimento à comissão.

Ele claramente transgrediu uma decisão do Supremo Tribunal Federal em relação a esse depoimento. [...] É mais um processo que ele passa a responder."

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Cid não respondeu a nenhuma pergunta dos parlamentares. Na representação, a CPMI lembra que as testemunhas chamadas a depor devem se manifestar sobre os fatos investigados, salvo se a resposta incriminá-las. O STF determinou que Cid fosse à sessão, mas que não poderia ser obrigado a produzir provas contra si mesmo.

Encerrar programa de escolas cívico-militar foi um erro, diz senadora

Eliziane comentou ainda a decisão do MEC (Ministério da Educação) de encerrar o Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares), um dos principais pilares da pasta na gestão Bolsonaro.

Para Eliziane, o MEC acabou com o programa de forma repentina e sem diálogo. Governadores como Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ratinho Jr. (Paraná) anunciaram que irão integrar o programa aos modelos estaduais de ensino.

Achei [um erro]. Nem era o momento. Esse é o governo do dialogo, do debate. Eu fui surpreendida da forma como ocorreu. São ações que acabam mais atrapalhando do que ajudando.

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Assista à íntegra do UOL Entrevista com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA):

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