Casarões: Mesmo com 37 ministérios, Lula não acomoda os desejos do centrão
Em participação no UOL News, o cientista político Guilherme Casarões avaliou que Lula não tem o apoio do centrão garantido mesmo se ceder ao apetite do grupo por cargos estratégicos no governo, como a presidência da Caixa.
A própria existência dessa pressão política vinda do centrão bagunça e desarticula o governo. O governo Lula já deu um passo muito importante, muito criticado até por apoiadores, de quase duplicar o número de ministérios. É impressionante que nem dentro deste contexto de 37 ministros e um sem-número de cargos de primeiro escalão Lula consiga acomodar o desejo do centrão por mais recursos e presença no governo, sem garantir qualquer contrapartida em termo de apoio parlamentar. Guilherme Casarões, cientista político
Casarões explicou como o quebra-cabeças para agradar ao centrão não significa ceder ministérios como o da Ciência e Tecnologia ou dos Direitos Humanos e da Cidadania. Para o cientista político, esses partidos almejam pontos mais nevrálgicos para ter acesso a recursos maiores e, assim, garantir sua sobrevivência.
Se a história nos ensina alguma coisa, é que nessa dinâmica da governabilidade brasileira interessam cargos ao centrão. A dimensão de política pública ou ideológica passa ao largo dos interesses dos líderes desses partidos fisiológicos. Para eles, os recursos que podem garantir a sobrevivência a longo prazo é a principal moeda de troca desse grupo. Guilherme Casarões, cientista político
Josias: Lula está tentando evitar nomeação de cotado para Caixa que liberou verbas a aliados
Josias de Souza comentou que Lula está reticente quanto à indicação de Gilberto Occhi para a presidência da Caixa. O colunista alertou para os riscos de o presidente cometer velhos erros do passado caso resolva deixar de lado sua preferência para o cargo, a atual secretária-executiva da Casa Civil Miriam Belchior.
Lula está tentando evitar esta nomeação. Se depois do encontro que terá com Arthur Lira sobre esse toma-lá-dá-cá a Caixa continuar sobre o balcão, Lula não poderá alegar mais tarde que não sabia ou atribuir ao destino as besteiras que comete por conta própria. Esse filme é repetido e não tem final feliz. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Prisão de um dos líderes do 8/1 mostra que ódio vadio se tornou meio de vida no Brasil
Ao analisar a prisão de Diego Ventura, um dos líderes dos atos golpistas de 8/1, Josias questionou a origem dos recursos que financiam as atividades dele. O colunista ainda considerou "tardia" a prisão de Ventura, já que ele chefiava um grupo de extrema-direita presente no acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília.
A prisão dele é tardia e provoca duas sensações: surpresa e desalento. É muito surpreendente que esse radical ainda estivesse livre. É desalentadora a percepção de que o bolsonarismo desse tipo se tornou uma atividade full time no Brasil. Está entendido que o ódio vadio se tornou um meio de vida no país. Resta saber de onde Diego Ventura e personagens assemelhados retiram recursos que enchem suas geladeiras. Josias de Souza, colunista do UOL
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