Ex-ministra do Turismo não é miliciana, afirma Marcelo Freixo

Freixo, que se tornou um dos expoentes no combate à milícia no Rio, destacou que a região da Baixada Fluminense, berço político da ex-ministra e seu marido, "tem uma complexidade muito grande".

"Tem milícia em Belford Roxo e em territórios onde a prefeitura está? Tem! Tem na Baixada inteira. Tem na Câmara e na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Tem em tudo quanto é lugar", declarou.

Freixo também destacou que Waguinho e Daniela não são seus aliados e tampouco representam o mesmo tipo de política que ele faz. "Eu estou falando de alguém que não é meu aliado político, que não me apoiou. Ele apoiou o Lula e eu também. Temos isso em comum. Mas ele não me apoiou para governador e não estávamos no mesmo palanque. A gente não representa a mesma política, mas no governo a gente pode conviver com quem é diferente. Mas eu vou conviver com a milícia? Não".

Elos de Daniela com a milícia

Nomeada por Lula para comandar o Turismo, Daniela Carneiro foi notícia na imprensa logo no começo de sua gestão na pasta pela ligação com milicianos, notadamente Juracy Alves Prudêncio.

Jura —que cumpre regime semiaberto— fez campanha para Daniela quando ela concorria ao seu primeiro mandato de deputada federal, em 2018, conforme informou a Folha de S.Paulo. Daniela também teve o apoio de Giane Prudêncio, esposa de Jura.

Jura também foi nomeado, em 2017, como assessor na Prefeitura de Belford Roxo, comandada por Waguinho.

"Apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito", disse Carneiro na época.

Daniela Carneiro resistiu à polêmica e se manteve à frente do Ministério do Turismo até este mês, quando foi substituída pelo deputado Celso Sabino (União-PA) a pedido de sua própria legenda, que estava insatisfeita com a ministra.