Gleisi admite que PT pode perder espaço no governo por apoio no Congresso
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, admitiu que o partido pode abrir mão de espaço no governo Lula para abraçar outras legendas, em prol de maior apoio no Congresso Nacional.
O que aconteceu:
Gleisi destacou que o PT "já fez um grande esforço" durante a composição dos ministérios, mas que poderá ceder ainda mais espaço a outras siglas para conseguir melhorar a relação do governo com deputados e senadores. As declarações foram em entrevista ao jornal O Globo.
"O PT já fez um esforço grande na composição de ministérios. Teve gente que disse que o PT ficou com muitas pastas, mas não é verdade. O PT é grande, é o partido do presidente da República e tem a responsabilidade de sustentar a aliança que o elegeu. Mas o PT tem a compreensão do que significa ter uma composição política", afirmou.
Hoffmann ressaltou que a composição de governo formada por Lula no primeiro semestre "não deu conta de garantir o apoio necessário" no Congresso. Para ela, o governo "não pode viver de solavanco" e a cada novo projeto "ter que ficar ali, negociando".
A deputada destacou que a base na Câmara e no Senado "pode [até] não ser uma base permanente para aprovar uma PEC (Projeto de Emenda à Constituição), mas para aprovar projetos importantes", o que demanda "negociação".
A presidente do PT também falou que Lula "tem compromisso com a diversidade" em seu governo ao ser questionada se o petista vai "blindar" as ministras ao fazer a mudança no comando dos ministérios.
Minirreforma ministerial
Lula deverá efetuar algumas trocas na chefia dos ministérios para agradar partidos do centrão, a exemplo do PP e do Republicanos.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), deu como certa a adesão das legendas à base governista, mas ressaltou que Lula "ainda não bateu o martelo" em quais pastas acomodará os dois partidos, que se apresentam como de oposição.
O presidente já alterou o comando do Turismo ao trocar Daniela Carneiro (União-RJ) por Celso Sabino (União-PR) a pedido da própria legenda, que estava insatisfeita com a ministra.
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