Indicado por Lula, Zanin toma posse e se torna o ministro mais jovem do STF

O novo ministro é o primeiro indicado de Lula ao STF no atual mandato. Ainda neste ano, o presidente deverá levar um novo nome à Corte no lugar de Rosa Weber, que deixará a cadeira em setembro.

O ex-advogado de Lula poderá ficar no Supremo até 2050, quando completará 75 anos. Nascido em Piracicaba (SP) em 15 de novembro de 1975, ele se torna o ministro mais jovem da atual composição da Corte — o colega André Mendonça tem 49.

Depois de meses bloqueada por grades, a sede do STF em Brasília teve o entorno liberado para a posse. Zanin é o primeiro ministro a assumir uma cadeira no Supremo desde os atos de 8 de janeiro, quando o prédio foi depredado.

Zanin chegou à sede do STF por volta das 15h30, meia hora antes do início marcado para a cerimônia. Ele entrou no prédio acompanhado de esposa, a advogada Valeska Teixeira Martins, e dos três filhos. A expectativa era que cerca de 350 pessoas comparecessem ao evento, mas a solenidade chegou a reunir mais de 800 convidados, segundo informou a coluna de Mônica Bergamo.

Lira, Pacheco e ministros estiveram na posse

Outros políticos na posse foram o vice Geraldo Alckmin e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na cerimônia, Lira e Pacheco se sentaram ao lado de Lula e da ministra Rosa Weber, presidente do STF.

Pelo menos 13 ministros de Lula estiveram na posse. Além de Alckmin, foram à solenidade os chefes da pasta da Justiça, Flávio Dino (PSB), da Educação, Camilo Santana (PT), da Defesa, José Múcio, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, entre outros.

Os presidentes de tribunais superiores também compareceram: Maria Thereza Assis Moura, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e Joseli Parente Camelo, do STM (Superior Tribunal Militar). Os ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello também estiveram no evento.

Lula é 2º presidente com mais indicações desde Vargas

Somando seus três mandatos, Lula já indicou nove nomes ao Supremo. São eles os atuais ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Zanin e os ex-integrantes da Corte Eros Grau, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso, Joaquim Barbosa e Menezes Direito (morto em 2009).

Desde o governo de Getúlio Vargas, o petista é o segundo presidente brasileiro com mais nomeados ao tribunal, ao lado de João Figueiredo (1979-85). Vargas indicou 21 ministros, e dois presidentes da República Velha (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) escolheram 15 nomes cada um.

Segundo aliados de Lula, Zanin já era o nome de preferência do petista para o STF desde as eleições. Logo no início do governo, o presidente afirmou que não haveria disputa pela indicação.

Lula escolheu Zanin apesar de críticas à esquerda e à direita. Um dos pontos atacados por apoiadores do governo foi a entrada de mais um homem no Supremo, que tem apenas duas mulheres na atual composição.

Já a oposição lembrou a proximidade do petista com seu ex-advogado, que o defendeu nos processos da Lava Jato. Em público, o presidente nega que eles sejam amigos.

Festa privada

Depois de tomar posse, Zanin será homenageado em uma festa para 400 convidados em Brasília. O evento acontece em um salão de festas e tem ingressos a R$ 500.

A lista de convidados tem de passar pelo crivo do novo ministro, que quer uma celebração mais reservada. Por essa razão, as vagas foram disputadas.