Conteúdo publicado há 9 meses

Ex-vereador Zico Bacana é morto em ataque a tiros no Rio de Janeiro

O ex-vereador Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, morreu após ser baleado no Rio de Janeiro. Ele foi citado na CPI das Milícias, teve que depor nas investigações sobre a morte de Marielle Franco e já tinha sofrido um atentado em 2020.

O que aconteceu

O político chegou a ser levado ao hospital municipal Albert Schweitzer no fim da tarde desta segunda-feira (7), após ser atingido por tiros. Segundo a secretaria municipal de Saúde, porém, ele deu entrada no local, às 17h50, já morto.

A Polícia Militar informou que um veículo não identificado parou em frente a um estabelecimento comercial e seus ocupantes realizaram disparos "contra um grupo de homens que estava numa loja". A ocorrência foi registrada no bairro de Guadalupe.

O irmão do ex-parlamentar, Jorge Barbosa Tavares, também morreu no ataque, segundo a Polícia Civil. O UOL apurou que a corporação também apura a morte de um terceiro homem, identificado como Marlon Correia dos Santos.

Político envolvido em investigações e outro atentado

Zico Bacana foi vereador do Rio entre 2017 e 2020. O ex-vereador concluiu o mandato pelo Podemos, poucas semanas antes de sofrer um atentado.

Ex-policial militar, ele foi citado na CPI das Milícias, realizada em 2008 na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e investigado por um suposto envolvimento com um grupo criminoso que atuava nas favelas de Guadalupe, também na zona norte. Ele não foi indiciado no relatório final da CPI.

Zico Bacana foi atingido por um tiro de raspão na cabeça durante um atentado em novembro de 2020, quando fazia campanha para reeleição na Câmara Municipal do Rio.

O carro blindado do político carioca impediu que outros disparos o atingissem, segundo fontes da Polícia Civil. Ao menos duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na ação, que aconteceu em frente a um bar na zona norte do Rio.

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O carro do vereador foi atingido por ao menos 15 tiros. No chão, os peritos encontraram cápsulas de fuzil. Moradores postaram vídeos nas redes sociais do momento do ataque.

Em depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital, Zico Bacana disse que era o alvo principal do ataque, versão confirmada por sua assessoria de imprensa em um comunicado nas redes sociais.

Envolvimento no caso Marielle

Testemunha no assassinato de Marielle. Em 2018, Zico Bacana foi um dos convocados a depor na condição de testemunha sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), segundo reportou o UOL em novembro de 2020.

Homenageou PMs de batalhão denunciado por Marielle. Além de ter trabalhado no gabinete de Marcelo Freixo (PSOL), que presidiu a CPI das Milícias, Marielle publicou denúncia contra o Batalhão do Irajá poucos dias antes da sua morte. PMs desse batalhão haviam sido homenageados por Zico Bacana meses antes na Câmara.

As investigações sobre a morte de Marielle chegaram a apontar para o 7º andar da Casa Legislativa, onde trabalhavam Bacana e o vereador Chiquinho Brazão (MDB), também investigado por envolvimento com milícias.

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Informei o máximo que pude, da melhor forma. O que fizeram com a nossa colega não era para acontecer. Peço para que as pessoas que saibam alguma coisa que liguem para o Disque-Denúncia. O anonimato é garantido. Vamos ajudar. Faço parte da cúpula da Polícia Militar e estou nessa para defender a conduta da menina, que Deus a tenha. Me colocaram nisso.
Zico Bacana, à época da investigação

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