Morto a tiros, Zico Bacana homenageou em 2017 PMs que Marielle denunciou
Morto a tiros hoje na zona norte do Rio de Janeiro, o ex-vereador Zico Bacana, 53, foi policial militar e acabou investigado na CPI das Milícias, em 2008.
O político homenageou, em 2017, o batalhão que havia sido o mais letal da PM do Rio no ano anterior. Conhecido como Batalhão Irajá, o grupo vinha sendo denunciado pela ex-vereadora Marielle Franco, morta no ano seguinte.
Quem era Zico Bacana
Nascido no Rio em 1970, Jair Barbosa Tavares foi vereador da cidade de 2017 a 2020, pelo Podemos. Conhecido como Zico Bacana, era da base do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ).
Zico Bacana foi investigado na CPI das Milícias, em 2008, mas o relatório final não o indiciou. A investigação na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) tratava de uma suposta atuação miliciana no bairro de Guadalupe, zona norte do Rio, região onde ele foi baleado hoje. A CPI foi presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo.
Em seu primeiro ano de mandato, Zico Bacana homenageou PMs que vinham sendo denunciados por Marielle Franco. Na Câmara do Rio, a psolista vinha confrontando o 41º BPM, chamado de Batalhão Irajá, que foi o que mais matou na PM do Rio em 2016.
Após a morte de Marielle, em 2018, Zico Bacana foi chamado a depor como testemunha. À época, ele negou ter envolvimento com o caso.
Informei o máximo que pude, da melhor forma. O que fizeram com a nossa colega não era para acontecer. Peço para que as pessoas que saibam alguma coisa que liguem para o Disque-Denúncia. O anonimato é garantido. Vamos ajudar. Faço parte da cúpula da Polícia Militar e estou nessa para defender a conduta da menina, que Deus a tenha. Me colocaram nisso.
Zico Bacana, à época da investigação
Sofreu atentado em 2020
Zico Bacana foi atingido por um tiro de raspão na cabeça durante um atentado em novembro de 2020, quando fazia campanha para reeleição na Câmara Municipal do Rio.
O carro blindado do político carioca impediu que outros disparos o atingissem, segundo fontes da Polícia Civil. Ao menos duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na ação, que aconteceu em frente a um bar na zona norte do Rio.
O carro do vereador foi atingido por ao menos 15 tiros. No chão, os peritos encontraram cápsulas de fuzil. Moradores postaram vídeos nas redes sociais do momento do ataque.
Em depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital, Zico Bacana disse que era o alvo principal do ataque, versão confirmada por sua assessoria de imprensa em um comunicado nas redes sociais.
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Washington Mauricio Sales
É dando que se receber.