Após gordofobia, Sâmia Bomfim aciona STF contra Zucco por difamação
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra o presidente da CPI do MST, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), por difamação.
O que aconteceu:
A deputada decidiu ir ao Supremo após o parlamentar alegar que proferiu fala machista e gordofóbica contra a colega em reação ao fato de ela, supostamente, ter usado a doença de seu irmão para atingi-lo.
Sâmia afirma que a justificativa de Zucco é uma "inverdade" propagada com o "nítido intuito de macular [sua] honra e imagem", pois, afirma, "jamais proferiu qualquer menção ao irmão do deputado, seja durante reunião de Comissão, seja fora da esfera de atuação parlamentar".
"Zucco, em nítida desconsideração aos preceitos legais, ativamente proferiu e compartilhou fake news para desprestigiar, de forma sórdida, sua opositora política. A fala e a postagem, amplamente difundidas e ao alcance de milhares de pessoas por meio da internet, chocam pelo conteúdo integralmente falso e ofensivo à deputada", diz a ação.
Condenação em três majorantes. A parlamentar solicita à Corte que averigue o suposto crime de difamação praticado por Zucco, e que o deputado seja condenado por crime cometido contra funcionária pública, por meio que facilita a divulgação da difamação e através de quaisquer modalidades das redes sociais.
Além disso, Bomfim também solicitou ao STF que seja fixado um valor mínimo para reparação em caso de condenação do deputado.
O que Zucco falou:
Reação impulsiva. Em postagem nas redes sociais, o tenente-coronel disse que sua fala gordofóbica e machista dirigida à Sâmia em sessão na CPI do MST foi uma reação "por impulso", após ela "usar a condição de saúde" de seu irmão para lhe "atingir e provocar".
"Para tudo há um limite", alegou o deputado na postagem. Ele também acusou Bomfim de atacá-lo com "ofensas de baixo nível" desde o início dos trabalhos da CPI do MST.
De acordo com a assessoria de Zucco, a atuação de Sâmia Bomfim pode ser verificada nos registros de áudio e vídeo das sessões, que o parlamentar descreve como: "Calúnias, injúrias e difamações de toda a natureza, emitidas em desfavor de diversos integrantes deste colegiado, estão devidamente catalogados e embasam as ações na Corregedoria e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, bem como junto à defesa pessoal deste parlamentar que se faça necessária nas instâncias do Judiciário", concluiu.
Entenda o caso
Na semana passada, Sâmia Bomfim acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) e o Conselho de Ética da Câmara contra Zucco após ser alvo de comentário machista e gordofóbico na sessão da CPI do MST realizada na quinta-feira (3).
Sâmia aditou os ataques proferidos a um inquérito já aberto sobre violência política de gênero na PGR pelo episódio em que Zucco desligou seu microfone em sessão da Comissão.
Na ocasião, Zucco questionou, em tom irônico, se a colega queria um "remédio ou hambúrguer" para se acalmar.
Outros embates
Em julho, Zucco mandou a deputada ficar "calada" e "respeitar os demais deputados." Em maio, também na CPI, ele cortou o microfone da parlamentar no momento em que ela lia uma notícia sobre suposta participação dele em atos antidemocráticos.
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Quero receberNa ocasião, o presidente da Comissão justificou a interrupção da fala de Bomfim porque não iria permitir "ataques pessoais" e que o tema não era pauta da CPI.
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