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Sâmia Bomfim vai à PGR após Zucco oferecer 'hambúrguer ou remédio' em CPI

A deputada federal Sâmia Bombim (PSOL-SP) vai acionar a PGR (Procuradoria-Geral da República) e o Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da CPI do MST, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), após ser alvo de comentário machista e gordofóbico na sessão da Comissão nesta quinta-feira (3).

O que aconteceu:

Ao UOL, Sâmia disse que vai aditar os ataques proferidos hoje a um inquérito já aberto sobre violência política de gênero na PGR pelo episódio em que Zucco desligou seu microfone em sessão da CPI.

Fala de Zucco "desmoraliza" a CPI, disse Sâmia. A parlamentar ressaltou que essa tem sido "a conduta" do presidente da Comissão "desde o início dos trabalhos da CPI tanto no espaço do Parlamento como nas redes."

Bomfim destacou que esse episódio é apenas mais um aos casos de "abuso de autoridade e violência de gênero" que parlamentares mulheres têm sido alvo na CPI. "Isso só corrobora com a desmoralização dessa comissão que, em vez de criminalizar o [MST] como eles pretendiam, só tem acumulado episódios de abuso de autoridade e violência política de gênero. Por esse crime, aliás, ambos já respondem a inquérito na PGR e essa agressão de hoje será aditada aos autos do processo, assim como à representação que o PSOL protocolou contra Zucco no Conselho de Ética da Câmara."

O que Zucco falou:

O presidente da CPI do MST fez uma fala machista e gordofóbica em relação à Sâmia Bomfim ao questionar, em tom irônico, se ela queria tomar um "remédio" para se acalmar.

"A senhora pode, também, daqui a pouco, tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio ou quer um hambúrguer?", disse o parlamentar.

Bomfim rebateu o colega. "É o nosso instrumento de defesa, mas também de ataque para aqueles que acham que vamos nos intimidar."

Em julho, Zucco mandou a deputada ficar "calada" e "respeitar os demais deputados." Em maio, também na CPI, ele cortou o microfone da parlamentar no momento em que ela lia uma notícia sobre suposta participação dele em atos antidemocráticos.

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Na ocasião, o presidente da Comissão justificou a interrupção da fala de Bomfim porque não iria permitir "ataques pessoais" e que o tema não era pauta da CPI.

Ao UOL, Zucco alegou ser alvo de ataques e "ofensas de baixo nível" por parte da base governista, segundo ele, visando "interromper trabalhos, fazer provocações baixas e desrespeitosas com seus colegas para, no final, posarem de vítimas apenas pelo fato de serem mulheres". Além de Sâmia, ele inclui os nomes de Talíria e Fernanda Melchiona no grupo que usaria, nas palavras dele, desta "estratégia".

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