Bolsonaro vai ser preso? Saiba o que pode acontecer no caso das joias

O jurista Miguel Reale Jr. declarou em entrevista ao UOL News nesta sexta-feira (11) que existem elementos suficientes para a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias. Segundo o jurista, Bolsonaro demonstrou capacidade de distorcer provas.

Alguns elementos de prisão preventiva surgem porque essa medida é justificada para evitar que alguém com poder, neste caso, possa interferir e prejudicar a obtenção de provas. E o ato de recomprar o relógio, que configura obstrução de provas, sem dúvida, justificaria uma prisão preventiva

Reale Jr. lembrou que o próprio Bolsonaro afirmou que o relógio não foi apropriado, mesmo após o objeto ter sido recomprado para ser apresentado ao TCU, conforme a investigação da PF. Contudo, o jurista argumentou que seria mais apropriado que um possível pedido de prisão preventiva fosse baseado em eventos futuros.

"Eu gostaria que a prisão preventiva estivesse fundamentada em relação a possíveis novos eventos de distorção de provas, para que não haja uma prisão preventiva por atos passados. Porém, acredito que o que ocorreu com o relógio demonstra sua capacidade de interferir nas investigações para distorcê-las", concluiu.

Depoimento de Bolsonaro

O jurista também enfatizou que as novas investigações conduzidas pela Polícia Federal conferem maior relevância a um eventual novo depoimento de Jair Bolsonaro, uma vez que a investigação agora dispõe de novas provas.

Bolsonaro já foi convocado para depor sobre as joias, mas agora os fatos se acumulam. Estes últimos acontecimentos, que envolvem um general de grande respeitabilidade, mas que se prestou a auxiliar seu filho, juntamente com membros de sua segurança pessoal e seu advogado, formam um conjunto de elementos. Agora, torna-se mais significativo convocar Bolsonaro para prestar depoimento

Reale Jr. também ressaltou a importância de seguir o rastro do dinheiro na investigação.

"Onde foi parar o dinheiro proveniente da venda do relógio nos EUA? Como o advogado obteve esse dinheiro para readquirir o relógio e reapresentá-lo, considerando que a apresentação era obrigatória? Portanto, toda a encenação montada em torno da apresentação do relógio demonstra a intensidade da intenção deliberada, da vontade de apropriação e da obstrução do peculato", finalizou.

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