Conteúdo publicado há 10 meses

'Não recebi', diz Bolsonaro ao afirmar que Cid tinha autonomia sobre joias

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que Mauro Cid tinha "autonomia" como ajudante de ordens. Ao Estadão, ele comentou o caso de venda ilegal de joias da Presidência.

O que aconteceu:

Bolsonaro diz que seu ex-ajudante de ordens agia com autonomia e que quer esclarecer o caso "o mais rápido possível". A PF investiga a venda ilegal de presentes dados a Bolsonaro em agendas oficiais.

Ele [Mauro Cid] tem autonomia. Não mandei ninguém vender nada. Não recebi nada.
Bolsonaro nega que tenha recebido dinheiro em espécie por venda de joias

A declaração de Bolsonaro acontece um dia após o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, confirmar que o cliente faria uma confissão à PF.

Segundo o advogado, Cid confessaria que o esquema de desvio e venda de joias foi a mando de Bolsonaro e que todo o dinheiro da venda era entregue em espécie ao ex-presidente.

Hoje, porém, Bitencourt recuou e disse que o depoimento não vai tratar do caso das joias.

Quebra de sigilo

O STF autorizou ontem a quebra de sigilo fiscal e bancária de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. O objetivo é saber se o dinheiro da venda de joias da Presidência chegou até o ex-presidente.

Michelle reclamou da determinação do ministro Alexandre de Moraes. "Pra quê quebrar meu sigilo bancário e fiscal? Bastava me pedir".

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Bolsonaro garantiu a aliados que nem ele nem Michelle receberam depósitos em dinheiro vivo oriundos da venda das joias. A informação é de Juliana Dal Piva, colunista do UOL.

As suspeitas da PF

A PF aponta que os recursos gerados com as venda dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo. Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.

O advogado Frederick Wassef, que trabalha na defesa de Bolsonaro, disse que foi aos EUA para recomprar o relógio Rolex dado por autoridades sauditas com a intenção de repassar o item para o governo federal.

Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Trecho da manifestação da PF ao STF

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