Juliana Dal Piva

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Bolsonaro diz a aliados que não vão achar depósitos em dinheiro na conta

O ex-presidente Jair Bolsonaro garantiu a aliados na noite de quinta-feira que nem ele nem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro receberam depósitos em dinheiro vivo em suas contas bancárias oriundos da venda das joias.

Na noite de quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e de Michelle após um pedido da PF (Polícia Federal). A informação foi revelada pelo UOL.

Ao saber da quebra, Bolsonaro também disse a interlocutores que já tinha decidido abrir seus sigilos e informado seus advogados da decisão e estava à disposição do STF.

Os policiais querem rastrear se o dinheiro da venda das joias entrou nas contas do ex-presidente. A quebra foi pedida após a operação da sexta-feira (11), que apura um esquema de desvio e venda no exterior dos presentes à Presidência da República em missões oficiais — como os conjuntos de joias recebidos da Arábia Saudita.

Dentro do caso é apurado, por exemplo, a venda e a recompra de um rolex pelo advogado Frederick Wassef. Nas provas já coletadas pela PF, é possível verificar mensagens do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid indicando que entregava o dinheiro das vendas em espécie.

"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (...)'.

Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.

Moraes também autorizou o pedido de cooperação internacional feito pela PF para solicitar aos Estados Unidos a quebra do sigilo bancário dos investigados.

Advogado de Michelle, Daniel Bialski disse ao UOL que não comentará a decisão. A defesa de Bolsonaro não se pronunciou ainda.

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