Após manobra, CPI rejeita convocar Jair Renan para depor sobre criptomoedas

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan se livrou de prestar depoimento à CPI de Pirâmides Financeiras após uma manobra regimental da oposição. Ele é sócio de uma empresa de criptomoedas que faliu em menos de um mês.

O que aconteceu

O pedido de convocação do filho 04 de Jair Bolsonaro era o sexto item da lista. Por isso, o autor da solicitação, deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) estava fora da sala no início da sessão de hoje.

O deputado Cabo Gilberto (PL-PB) aproveitou o momento para pedir uma inversão de pauta, colocando em primeiro lugar o requerimento sobre o depoimento de Jair Renan. Com maioria, os bolsonaristas aprovaram a mudança e foi iniciada a votação, rejeitando a convocação. A votação foi simbólica.

Segundos depois de proclamado o resultado, Braga entrou na sala com um fone no ouvido e reclamou da inversão. Ele criticou a condução do presidente da CPI, Aureo Ribeiro (SD-RJ), afirmando que haveria um acordo para impedir a convocação de Jair Renan.

O presidente da comissão refutou a acusação e afirmou que a responsabilidade de estar na sala era do deputado que fez o pedido para depoimento. Ele disse que votou favoravelmente à convocação, assim como o relator, Ricardo Silva (PSD-SP).

As suspeitas sobre Jair Renan

O deputado Glauber Braga justificou o pedido dizendo que Jair Renan ajudou na captação de investidores ao postar um vídeo nas redes sociais. O beneficiado foi a empresa Myla, que atuava no ramo de criptomoedas.

Houve captação de R$ 266 mil nas primeiras 24 horas depois da publicação. Mas o empreendimento faliu menos de um mês depois da postagem.

Jair Renan deixou suas funções sem apresentar os motivos do prejuízo aos investidores, declarou Glauber Braga. Também não houve plano para ressarcimento.

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O produto oferecido era uma criptomeada associada a um jogo em que mocinhos lutavam contra vilões liderados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Jair Renan se livrou da CPI, mas está na mira da Polícia Civil do Distrito Federal. Na semana passada, ele era um dos alvos da Operação Nexum, que investiga suspeitas de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

No momento, ele trabalha no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC).

Informações sobre Ronaldinho Gaúcho

A CPI das Pirâmides Financeiras aprovou que as empresas Google e Meta (dona do Facebook e Instagram) forneçam informações sobre a 18K Ronaldinho.

Ele fo convocado para depor, mas faltou ao compromisso. Seu irmão, o também ex-jogador Assis, prestou depimento à CPI no lugar dele.

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Ronaldinho é investigado por causa da empresa 18K Ronaldinho, que é suspeita de ser uma pirâmide financeira. O relator da comissão falou que vai marcar nova data para ouvir o ex-jogador do Barcelona.

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