Cirurgia de Lula é rápida e segura; boa recuperação é esperada, diz médico
A cirurgia no quadril a que será submetido presidente Lula é comum, rápida e segura, com boas expectativas de recuperação, afirmou o ortopedista Ricardo Basile ao UOL News da tarde desta sexta-feira (29).
Essa é uma cirurgia que é muito feita no mundo inteiro e tem mais de 500 mil próteses por ano em todo o mundo. Hoje em dia se faz com bastante segurança [a cirurgia] e é bastante rápida. A gente imagina que ele vai ter uma recuperação bastante satisfatória. Ricardo Basile, ortopedista
A intervenção cirúrgica é necessária quando há um desgaste no quadril, explica o médico. A cabeça do fêmur que está gasta é retirada e substituída por um implante metálico.
Lula poderá andar no dia seguinte à cirurgia
Basile também afirmou que o risco estimado em uma cirurgia como a de Lula é de apenas 0,3%. Após o procedimento, o presidente também vai andar com auxílio de um par de muletas ou de andador. Ele já estará liberado para caminhar no dia seguinte. Além disso, é provável que no máximo em 12 semanas também já possa realizar viagens.
De praxe, a gente usa um auxílio de marcha esperando que haja a cicatrização tanto da parte óssea, quanto da parte muscular e tendínea. Esse tempo [de recuperação] varia um pouco tanto de paciente, quanto de tipo de cirurgia, mas basicamente podemos esperar entre 4 e 6 semanas com o auxílio de andador ou muletas, mas o paciente já pode andar e caminhar no dia seguinte à cirurgia. (...) depende muito da resposta do corpo em relação à cirurgia, mas normalmente após 8 a 12 semanas as pessoas conseguem viajar com bastante conforto e acredito que em torno de 8 semanas ele esteja apto a viajar. Ricardo Basile, ortopedista
Tales: Período de recuperação de Lula após cirurgia terá custo político
Embora uma rápida e boa recuperação seja esperada para o presidente Lula (PT), o colunista do UOL Tales Faria afirmou que o processo pós-cirúrgico terá um custo político. Em sua avaliação, Lula não poderá participar de encontros no período, o que prejudica a articulação política em um momento que o Congresso estará prestes a entrar em recesso e terá votações importantes.
A questão política fica complicada porque ele terá que andar com o auxílio de muletas ou andador pelo menos de 4 a 6 semanas, ou seja, até a metade de novembro. O Congresso vai até dezembro, então teremos um mês e meio que vai ser difícil resolver uma série de questões e depois vai ter que andar com votações importantes. O Haddad já está procurando o presidente da Câmara para ver se desempaca os projetos da área econômica, no entanto, o pessoal do Centrão está querendo logo a nomeação da presidente da Caixa Econômica Federal. Tem uma série de questões importantes, e algumas são mais urgentes, que o Lula vai ter que resolver lá no Alvorada, de andador ou muletas, e sem poder receber muita gente e ficar andando demais. Tem um problema político pela frente com essa operação e não dá para dizer que está tudo tranquilo. Tales Faria
Caso da assessora de Anielle teve repercussão desproporcional, diz advogada
Após Marcelle Decothé da Silva, ex-assessora da ministra Anielle Franco ser demitida do cargo, receber críticas nas redes sociais e se tornar alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo, a advogada e pesquisadora Thayná Yaredy avaliou que a repercussão do caso é desproporcional. Marcelle criticou a torcida do São Paulo durante a final da Copa do Brasil e a advogada destacou a diferença dada para pessoas negras e para pessoas brancas em eventuais erros que cometem.
O que me deixa muito abismada e desconfortável como uma mulher negra, para além de advogada, é a total relativização e a desconsideração de como levam em conta as provas e a forma com que relatos de discriminação racial contra pessoas negras, indígenas e outras acontecem dentro do país. (...). Me preocupa muito como é colocado de maneira desconexa da realidade e o peso que é dado para frases de pessoas negras e a forma como publicamente e coletivamente vão lidar conosco não só na internet, mas também em outros espaços. Me preocupa o uso do que dizemos, do que fazemos e da forma como nos comportamos para avaliar o nosso profissionalismo e outras nuances da nossa vida. Thayná Yaredy, advogada e pesquisadora
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