Dino diz ser contra federalização da segurança pública: 'País continental'
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que discorda da federalização da segurança pública no Brasil.
O que aconteceu
Dino afirmou que o Brasil é um "país continental" para justificar que a centralização da área pela União não é o "caminho certo".
O ministro defendeu que o governo federal não deve tirar poder dos estados. "Considero ser equivocado ignorar que os governadores e as polícias estaduais - em sua imensa maioria - trabalham muito para garantir Segurança Pública em um país desigual e complexo", escreveu Dino no X (antigo Twitter).
Governo Lula debate recriar Ministério da Segurança
O fatiamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública voltou a ganhar força dentro do governo Lula após os ataques a ônibus no Rio de Janeiro. A ideia é defendida pelo presidente Lula (PT) desde o governo de transição, mas tem resistência do ministro Flávio Dino, que comanda a pasta.
De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o assunto está sendo debatido, mas não há ainda consenso em como a pasta seria criada nem com que atribuições.
Rio de Janeiro vive crise na segurança
Ao menos 35 ônibus foram incendiados e diversas vias foram interditadas na segunda-feira (23) na zona oeste do Rio de Janeiro. Veículos foram queimados após a morte de um miliciano. Um trem também foi incendiado.
Foram incendiados 20 ônibus de operação municipal, cinco BRTs e os demais são veículos de turismo e fretamento. A mobilidade foi comprometida em corredores como a Avenida Santa Cruz, Avenida Cesário de Melo e a Avenida das Américas.
Este é o maior número de ônibus queimados em um único dia na história do município do Rio, segundo informou o sindicato ao UOL.
Morte de miliciano
O miliciano que morreu foi identificado como Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos Teteu e Faustão.
Matheus é sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, ou "Zinho", o primeiro homem da maior milícia do Rio, que atua na zona oeste. Zinho herdou o comando da organização após a morte do seu irmão, o Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021.
Matheus foi morto hoje durante uma suposta troca de tiros com a Polícia Civil durante uma operação na região de Três Pontes, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. A ação teve o apoio da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais; que é o grupo de eleite da Polícia Civil do estado), Polinter e unidades especializadas, informou o jornal O Globo.
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Quero receber"Teteu" é apontado em investigações, segundo o jornal, como o principal homem de guerra de Zinho na disputa de territórios contra os rivais. Ele seria o responsável por chefiar as rondas feitas pela milícia do tio dentro da zona oeste.
Na operação que Teteu morreu, uma criança de dez anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida. Não há informações sobre o estado de saúde dela.
Matheus era considerado pela polícia como o segundo homem na atual hierarquia da maior milícia do Rio, comandada pelo seu tio.
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