Após troca na presidência, Lira e centrão desenham indicações para Caixa

Líderes do centrão já negociam com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como serão feitas as indicações para as vice-presidências da Caixa Econômica Federal após a indicação de Carlos Vieira, aliado de Lira, à chefia do banco.

O que aconteceu

Disputam as 12 cadeiras o União Brasil, o Republicanos e o PP. Segundo interlocutores, apesar das indicações estarem na mira de diferentes partidos, Lira será o responsável por chancelar os nomes.

Até o momento, a disputa seria para que o PP indicasse três cadeiras e o próprio Lira outras três. O restante seria dividido entre Republicanos e União Brasil.

Nos bastidores, aliados dizem que Lula (PT) estaria mais resistente em trocar a vice-presidência de Habitação, ocupada por Inês da Silva Magalhães. A socióloga foi ministra de Cidades no governo Dilma Rousseff (PT) e já esteve à frente do programa Minha Casa, Minha Vida durante o segundo mandato de Lula.

Outro ponto em discussão é o perfil de quem poderia ocupar os cargos. Inicialmente, a ideia do centrão é de que sejam servidores de carreira de confiança dos caciques partidários, da mesma maneira como foi escolhido Carlos Vieira.

Mesmo com as movimentações do centrão, as vice-presidências são cobiçadas também por outros partidos. O PDT, por exemplo, quer indicar o ex-deputado e ex-líder da bancada Wolney Queiroz.

O líder da sigla na Câmara, o deputado André Figueiredo (CE), fez o apelo para conseguir uma indicação ao líder do União, o deputado Elmar Nascimento (BA), e ao próprio Lira, segundo informações de aliados.

O fato de dividirem o chamado "blocão", com 173 deputados, serviu como argumento para indicar Queiroz. Além disso, o PDT tem apenas um ministro na Esplanada: o presidente da legenda, Carlos Lupi, na Previdência Social.

Lula demitiu Maria Rita Serrano na quarta (26) e, no mesmo dia, anunciou a indicação de Vieira à presidência da Caixa. Por ser recente a troca, as conversas pelas indicações devem avançar na semana que vem, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

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Ele tem sido o responsável por costurar os pedidos do centrão e conciliá-los com os interesses do Planalto. A troca na Caixa destravou a votação do projeto que trata das offshores e da tributação dos super-ricos, pauta importante para a área econômica do governo.

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