Planalto informa ao centrão que não entregou a Caixa de 'porteira fechada'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera que já cumpriu a promessa feita ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de entregar ao centrão o comando da Caixa Econômica Federal (CEF).
Não faz parte do acordo a entrega "de porteira fechada" das vice-presidências do banco aos partidos do centrão, como Lira já declarou em entrevista à "Folha de S.Paulo", no dia 17 de setembro.
Perguntado pelo jornal se fazia parte do acordo com Lula a entrega da CEF com "porteira fechada", ou seja, o direito de indicar todas as 12 vice=presidências, Lira respondeu:
"Esse foi o acordo. (...) Os nomes serão colocados à disposição do presidente, que fará a escolha."
O recado do presidente da República foi passado ao Arthur Lira antes do afastamento da atual presidente do banco, Rita Serrano, anunciada nesta quarta-feira, 19, e sua substituição por Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado por Lira.
Foi a questão da "porteira fechada" que atrasou a indicação e levou a greve branca do centrão nas votações da Câmara das últimas semanas.
Lula não gostou de Lira ter anunciado publicamente que indicaria o novo comando da Caixa "de porteira fechada". O presidente da Câmara, por sua vez, insistia que isso faria parte do acordo.
Depois de seguidas negociações, segundo o Palácio do Planalto informou a aliados, ficou acertado que as indicações dos futuros vice-presidentes da Caixa Econômica Federal serão analisadas "caso a caso", sem o compromisso de porteira fechada.
Isso acabou com a greve branca e destravou a aprovação, nesta quarta-feira mesmo, dos projetos de taxação dos fundos dos super-ricos e das contas off-shore.
Resta saber se houve mesmo pacificação ou se a votação é apenas uma pausa até o centrão voltar a exigir todos os cargos.
Deixe seu comentário