Flávio Bolsonaro usou R$ 200 mil em espécie para abrir loja, diz ex-sócio
O empresário Alexande Santini, ex-sócio de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmou à Justiça que o senador usou R$ 200 mil em dinheiro vivo para abrir a loja de chocolates que os dois tiveram juntos no Rio, de 2015 a 2021.
O que aconteceu
Santini entrou na Justiça de Brasília para cobrar quase R$ 1,5 milhão de Flávio Bolsonaro. Ele acusa o senador de concentrar os lucros da franquia da loja Kopenhagen, que funcionava em um shopping da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.
A loja foi vendida após Flávio ser denunciado no caso das rachadinhas, em 2020. Naquele ano, o Ministério Público citou a suspeita de que a franquia foi usada para lavar dinheiro do esquema que seria gerido pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
O ex-sócio diz que Flávio recebeu R$ 619,9 mil em dinheiro vivo da loja, de 2015 a 2019. Na ação, Santini afirma que "nunca teve qualquer ingerência sobre os valores a serem distribuídos" entre os dois, porque o senador tomava essa função para si.
No mês passado, Santini cobrou Flávio em uma notificação extrajudicial, mas não teve resposta. No dia 1º de novembro, ele enviou à Justiça uma "reclamação pré-processual", que possibilita um acordo antes da abertura da ação. Até o momento, não há resposta do senador nos autos.
Santini acusa Flávio de "distribuição desigual dos lucros". Ele cobra R$ 876,8 mil que o senador teria recebido a mais do que ele, além de R$ 172,7 mil de diferença na venda do negócio e R$ 423,8 mil que Santini teria pago a mais em despesas da empresa.
Flávio Bolsonaro nega ter dívida com o ex-sócio. Em nota enviada ao UOL, o senador afirma que era apenas cotista da empresa, enquanto Santini "tomava decisões por conta própria" e sem o consentimento dele. Flávio não comentou a alegação de que usou R$ 200 mil em dinheiro vivo na abertura da franquia.
MP-RJ apontou possível lavagem
Durante a investigação das rachadinhas, o MP-RJ apontou que a loja foi usada para lavar R$ 1,6 milhão. Essa afirmação, porém, não apareceu na denúncia feita contra o senador, em outubro de 2020.
À época da denúncia, o MP-RJ afirmou que a suspeita de lavagem por meio da loja era alvo de uma investigação em separado. A acusação, que foi rejeitada pela Justiça do Rio no ano passado, segue travada por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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