Ex-sócio de Flávio Bolsonaro cobra R$ 1,5 milhão por lucros com loja no Rio
Um ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro (PL) entrou na Justiça para cobrar uma suposta dívida de R$ 1,47 milhão.
O que aconteceu
Alexandre Santini foi sócio de Flávio em uma franquia da loja de chocolates Kopenhagen, que funcionou no Rio de 2015 a 2021. Ele rompeu com o senador no fim do ano passado e o acionou na Justiça de Brasília no dia 1º de novembro.
Santini acusa Flávio de "distribuição desigual dos lucros". Ele cobra R$ 876,8 mil que o senador teria recebido a mais do que ele, além de R$ 172,7 mil de diferença na venda do negócio e R$ 423,8 mil que Santini teria pago a mais em despesas da empresa.
O ex-sócio entrou com uma "reclamação pré-processual", que possibilita um acordo antes da abertura da ação. A notificação foi revelada pelo colunista Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, e confirmada pelo UOL.
A loja funcionava no shopping Via Parque, na Barra da Tijuca (RJ). O negócio foi vendido em 2021 após ser alvo da investigação das rachadinhas por suposta lavagem de dinheiro.
Flávio Bolsonaro foi procurado pelo UOL, mas não se manifestou até o momento. Ao Metrópoles, ele chamou Santini de ex-amigo. "Ele [Santini] tem mandado recados esquisitos para mim. Já me pediu dinheiro e eu não dei. Não quero dar linha para maluco. É um ex-sócio e ex-amigo", disse.
Contas desiguais
Santini argumenta que, do investimento inicial de R$ 1 milhão, ele aportou R$ 450 mil do próprio bolso enquanto Flávio deu R$ 200 mil em espécie. O restante do valor, cerca de R$ 350 mil, teria sido aportado pela mulher do senador, Fernanda Bolsonaro.
Ele também diz que Flávio ficou com a maioria dos lucros do negócio: R$ 1,7 milhão contra R$ 644 mil, segundo documento obtido pelo Metrópoles. Na peça, Santini ressalta que Flávio retirou R$ 700 mil em dinheiro vivo.
O ex-sócio de Flávio também reclama que pagava as contas da loja e não era reembolsado. Quando a loja foi vendida, Santini diz que ficou só com R$ 529 mil e Flávio, R$ 875 mil.
Elogio a Queiroz
Em entrevista ao Metrópoles, Santini também falou sobre Fabrício Queiroz, ex-policial militar que trabalhou como assessor de Flávio. Ele é acusado de ser operador de um esquema de rachadinhas no gabinete da Alerj, quando Flávio era deputado.
Em 2018, Queiroz e Santini eram do círculo mais próximo de Flávio. Os dois viajaram com ele de carro até Juiz de Fora (MG) quando Jair Bolsonaro (PL) foi esfaqueado na campanha eleitoral.
Sobre Queiroz, Santini declarou: "Muito boa pessoa. Infelizmente, foi abandonado pela família. É um cara bacana".
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