Conteúdo publicado há 7 meses

Zambelli diz que vai pedir impeachment de Dino: 'Laços com o crime'

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse que vai pedir o impeachment do ministro da Justiça, Flávio Dino.

O que aconteceu

A deputada disse que é "inaceitável" o ministro da Justiça "ter laços com o crime organizado", após o jornal O Estado de S.Paulo revelar que a esposa de um líder do Comando Vermelho participou de reuniões com secretários da pasta.

Flávio Dino, porém, disse que nunca recebeu "líder de facção ou esposa" em seu gabinete no Ministério da Justiça. O ministro afirmou que seu nome foi citado na reportagem de modo absurdo: "Simplesmente inventaram a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete".

Deputado aciona PGR

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) acionou a Procuradoria-Geral da República pedindo uma investigação ao Ministério da Justiça.

O parlamentar informou sobre o pedido nas redes sociais, e solicitou uma investigação "rigorosa": "É crucial assegurar a responsabilização, a transparência e a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país, mormente no órgão máximo responsável por promover a segurança pública", diz.

Reuniões e audiências em Brasília

Luciane Barbosa Farias, conhecida como dama do tráfico amazonense, esteve em audiências no prédio do Ministério da Justiça, em Brasília. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho.

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Nas redes sociais, Luciane compartilhou várias fotos e vídeos em Brasília. Ela já esteve no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na Câmara dos Deputados e em encontro com políticos.

O Ministério da Justiça admitiu ao Estadão que Luciane foi recebida por secretários, mas ressaltou que ela integrava uma comitiva de advogados. "A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes".

Luciane esteve no Ministério da Justiça como presidente da ILA (Associação Instituto Liberdade do Amazonas). A Polícia Civil do AM diz que a ONG atua em prol dos presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.

Em 19 de março, Luciane esteve com Elias Vaz, secretário nacional de Assuntos Legislativos. Em 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais.

O Estadão procurou o Instituto Liberdade do Amazonas, mas não conseguiu retorno. A advogada de Luciane, Cristiane Gama Guimarães Generoso, diz que não fala sobre processos de seus clientes. "Que absurdo é esse?", respondeu sobre a acusação do MP sobre Luciane.

Já o Ministério da Justiça diz que seria "impossível" a detecção prévia da situação de Luciane. Leia na íntegra:

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"No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.

A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

Por não se tratar de assunto da pasta, a Anacrim, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A agenda na Senappen e da Anacrim aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da Anacrim.

Não houve qualquer outro andamento do tema."

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