Zambelli diz que vai pedir impeachment de Dino: 'Laços com o crime'
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse que vai pedir o impeachment do ministro da Justiça, Flávio Dino.
O que aconteceu
A deputada disse que é "inaceitável" o ministro da Justiça "ter laços com o crime organizado", após o jornal O Estado de S.Paulo revelar que a esposa de um líder do Comando Vermelho participou de reuniões com secretários da pasta.
Entraremos com pedido de impeachment contra Dino por receber no Palácio da Justiça a "primeira-dama" do tráfico Luciane Barbosa Farias, esposa do criminoso Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho e preso em dezembro de 2022. Inaceitável o MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ter laços com o? pic.twitter.com/zMvkNC4gf1
-- Carla Zambelli (@Zambelli2210) November 13, 2023
Flávio Dino, porém, disse que nunca recebeu "líder de facção ou esposa" em seu gabinete no Ministério da Justiça. O ministro afirmou que seu nome foi citado na reportagem de modo absurdo: "Simplesmente inventaram a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete".
Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho.
-- Flávio Dino (@FlavioDino) November 13, 2023
De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete.
Sobre a audiência, em outro local, sem o meu?
Deputado aciona PGR
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) acionou a Procuradoria-Geral da República pedindo uma investigação ao Ministério da Justiça.
O parlamentar informou sobre o pedido nas redes sociais, e solicitou uma investigação "rigorosa": "É crucial assegurar a responsabilização, a transparência e a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país, mormente no órgão máximo responsável por promover a segurança pública", diz.
Reuniões e audiências em Brasília
Luciane Barbosa Farias, conhecida como dama do tráfico amazonense, esteve em audiências no prédio do Ministério da Justiça, em Brasília. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho.
Nas redes sociais, Luciane compartilhou várias fotos e vídeos em Brasília. Ela já esteve no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na Câmara dos Deputados e em encontro com políticos.
O Ministério da Justiça admitiu ao Estadão que Luciane foi recebida por secretários, mas ressaltou que ela integrava uma comitiva de advogados. "A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes".
Luciane esteve no Ministério da Justiça como presidente da ILA (Associação Instituto Liberdade do Amazonas). A Polícia Civil do AM diz que a ONG atua em prol dos presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.
Em 19 de março, Luciane esteve com Elias Vaz, secretário nacional de Assuntos Legislativos. Em 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais.
O Estadão procurou o Instituto Liberdade do Amazonas, mas não conseguiu retorno. A advogada de Luciane, Cristiane Gama Guimarães Generoso, diz que não fala sobre processos de seus clientes. "Que absurdo é esse?", respondeu sobre a acusação do MP sobre Luciane.
Já o Ministério da Justiça diz que seria "impossível" a detecção prévia da situação de Luciane. Leia na íntegra:
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Quero receber"No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.
A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.
Por não se tratar de assunto da pasta, a Anacrim, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
A agenda na Senappen e da Anacrim aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da Anacrim.
Não houve qualquer outro andamento do tema."
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