Queremos o Estado judeu e o Estado palestino juntos, diz Lula
O presidente Lula (PT) voltou a defender a criação de um Estado palestino coexistindo com o Estado de Israel, "para que eles possam viver juntos em paz".
O que Lula disse
O presidente recebeu os repatriados brasileiros da Faixa de Gaza em Brasília, na noite de ontem em Brasília. Na recepção, Lula subiu o tom contra a reação de Israel ao terrorismo do grupo extremista Hamas e disse que todos os brasileiros que quiserem sair da região serão retirados.
Temos que a garantir a criação do Estado palestino para que eles possam viver em paz junto com o povo judeu. Nós no Brasil sempre defendemos a criação de dois Estados, queremos o Estado judeu e o Estado palestino.
Lula, na live "Conversa com o Presidente"
Lula tem subido o tom desde que o governo brasileiro conseguiu retirar o grupo de brasileiros. Ontem (13), o presidente afirmou que a saída dependia "da boa vontade de Israel".
"Estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá"Isso não é correto, não é justo", disse o presidente, que voltou a classificar alguns dos atos de Israel em Gaza como terroristas.
Lula também disse que os atos de Israel se assemelham a terrorismo por causa da quantidade de crianças mortas nos ataques. "Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças", disse.
É por isso que eu disse ontem que a atitude de Israel com relação às crianças e com relação às mulheres é uma atitude igual terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que tá cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro, eu não posso matar as crianças porque eu quero matar o monstro. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças.
Lula, na live
Lula tem sido uma das principais vozes internacionais a pedir por um cessar-fogo para a retirada de civis do local. Na proposta brasileira enviada ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), vetada pelos Estados Unidos, o Brasil propunha ainda a criação de um corredor humanitário para a saída de pessoas.
"ONU precisa mudar", voltou a pregar o presidente. Lula classificou o veto dos Estados Unidos como "inadmissível" e disse que, por atos do tipo, o país briga para mudar as configurações da organização.
Ninguém fica para trás
O governo segue procurando outros brasileiros e tentando trazer parentes de brasileiros em Gaza para o Brasil. Até o momento, 32 pessoas que estavam em Gaza foram repatriadas, mas, segundo o presidente, qualquer um da região que queria voltar ao Brasil será resgatado.
Mais de 11 mil pessoas já morreram na guerra que começou em 7 de outubro. Naquele dia, o Hamas fez um ataque surpresa que matou 1.200 pessoas, principalmente civis, e sequestrou cerca de 250 pessoas em Israel.
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