Pré-assumir G20, Lula prega agenda climática 'ambiciosa' e combate à fome

No último discurso antes de assumir o G20, o presidente Lula (PT) propôs uma agenda "ambiciosa" para política climática mundial, defendeu o combate à desigualdade social como prioridade e pregou uma mudança na "governança global" hoje, em conferência com lideranças internacionais.

O que Lula disse

O encontro nesta manhã, feito por videoconferência, marcou a transição da presidência do G20 da Índia para o Brasil. O país chefiará o grupo que reúne as maiores economias do mundo em 2024.

Em sua fala, Lula voltou a reforçar as agendas climática e social que já havia pregado no encontro presencial em Nova Dhéli, em setembro. Ele ressaltou a criação de duas forças-tarefa: "contra a fome e a desigualdade e contra a mudança do clima".

Vamos buscar resultados concretos, que gerem benefícios para os mais pobres e vulneráveis, em todo o planeta. O G20 ajudará a alavancar iniciativas multilaterais em curso. Precisamos recuperar a tripla dimensão do desenvolvimento sustentável e acelerar o ritmo de implementação da Agenda 2030.
Lula, no G20

"Queremos trabalhar no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas", completou o presidente.

Lula citou três prioridades da futura gestão brasileira:

  1. inclusão social e o combate à fome e à pobreza;
  2. transição energética e o desenvolvimento sustentável; e
  3. reforma da governança global

O presidente tem pregado mudanças na gestão dos órgãos globais em praticamente todas as falas internacionais. O Itamaraty se tornou a principal voz crítica ao poder de veto dos cinco países titulares do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), especialmente após a proposta de paz do Brasil no conflito Israel-Hamas ter sido barrada, e do atual papel da organização nas articulações globais.

Lula incorporou de vez o discurso de Sul Global. De forma semelhante ao primeiro mandato, o brasileiro tem defendido maior participação dos chamados países em desenvolvimento, em especial da América do Sul e da África, nos debates internacionais.

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Também vamos discutir como fortalecer a governança global para lidar com antigas e novas questões. Uma maior diversidade de vozes precisa ser levada em conta. É por isso que saudamos a incorporação da União Africana como membro pleno neste Fórum.
Lula, no G20

Comemorou pausa em Gaza

O presidente Lula comemorou ainda o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista Hamas para troca de reféns."Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina", disse.

Segundo ele, o mundo ficou "mais complexo" desde o último encontro presencial do G20, em setembro. "O recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises que já enfrentávamos."

Acordo de cessar-fogo aprovado pelo gabinete israelense visa a libertação de 50 reféns pelo Hamas. A informação sobre esse número é do jornal The Times of Israel. O anúncio aconteceu após uma série de reuniões das autoridades do governo de Benjamin Netanyahu.

Israel também concordou em libertar cerca de 150 palestinos da prisão. Nos dois casos, a prioridade de liberação seria de mulheres e menores. No caso dos presos palestinos, condenados por homicídio ficam excluídos do acordo.

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