'Ministro do Supremo não tem lado político', diz Dino em ida ao Senado
Indicado para uma cadeira no STF, Flávio Dino disse hoje em ida ao Senado que ministros da Corte não têm "partido, ideologia ou lado político".
O que aconteceu
Dino disse que faz parte do mundo político, mas que o deixará caso seja aprovado. "Quem pretende ir ao Supremo, ao vestir a toga, deixa de ter lado político", declarou, acrescentando que tem falado com todos os senadores, independentemente de posicionamento político.
O ministro fez uma rápida visita ao Senado hoje pela manhã para reuniões com o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB), e com o senador Weverton Rocha (PDT), relator da indicação de Dino ao STF na Comissão de Constituição de Justiça.
Dino, que já começou o processo de "beija-mão" com senadores, está dando sequência a um plano de abordagem dos parlamentares. Ele foi aconselhado a começar as conversas com aliados e só depois partir para a oposição, segundo apurou UOL.
Paulo Gonet, indicado para assumir a Procuradoria-Geral da República, também se reuniu com Veneziano. Mas não quis falar com a imprensa.
Para um cargo no Judiciário, isso não é relevante, se a pessoa é ideologicamente de um lado ou de outro. Ministro do Supremo não tem partido, ideologia ou lado político
Flávio Dino, sobre indicação para o STF
Preparação para a sabatina
Dino disse que, se obtiver maioria na sabatina, "mudará de roupa". "No momento em que o presidente da República faz a indicação, evidentemente, mudo a roupa que visto. Essa roupa de hoje é em busca do apoio do Senado, a roupa que vou vestir se merecer a aprovação é a roupa que vestirei sempre, que independe de governo ou oposição".
A sabatina de Dino no Senado foi marcada para o dia 13 de dezembro.
Ele terá de responder sobre violência, "dama do tráfico" e atos de 8 de janeiro. Senadores ouvidos pelo UOL afirmam que as estratégias ainda serão discutidas, mas já estão no radar perguntas polêmicas. Os temas são: a trajetória política de Dino na esquerda, além da atuação dele à frente da pasta nos ataques golpistas de 8 de janeiro, no combate a violência e na ida da "dama do tráfico" ao ministério.
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