Suspeito de matar CEO nos EUA corre risco de ser condenado à morte?
Luigi Mangione, suspeito de matar o CEO da United Healthcare, pode ser condenado à pena de morte. Porém, segundo a imprensa internacional, essa possibilidade é remota.
O que aconteceu
Pena de morte é possível no caso de acusações federais. Porém, a medida é considerada rara e acontece em acusações mais graves, como terrorismo.
Mangione também responde por terrorismo, mas essa é uma acusação do Estado de Nova York. Portanto, de acordo com a BBC, não há possibilidade de pena de morte no âmbito estadual.
Promotores federais prosseguiram com as acusações mesmo com ações no âmbito estadual levando em conta a pena de morte. A informação foi repassada por fontes sob anonimato ao jornal New York Post.
Nova York aboliu a pena de morte em 2004. No entanto, autoridades federais ainda podem pedir à Justiça que imponham a sentença em determinados casos de assassinato, segundo o veículo nova-iorquino.
Novas acusações
Luigi Mangione foi transferido para Nova York nesta quinta-feira (19) após desistir de contestar a transferência. Ele vai comparecer a um tribunal de Nova York para responder por quatro novas acusações federais.
São elas: assassinato por uso de arma de fogo, duas acusações de perseguição e uma acusação de porte de arma de fogo. As informações são da BBC.
Pena de morte é possível no caso de acusações federais. Porém, a medida é considerada rara e acontece em acusações mais graves, como terrorismo.
Quem é Luigi Mangione
Aluno de destaque e orador da turma. Mangione se formou com honras em 2016 do Gilman College, colégio privado apenas para rapazes em Baltimore, no seu estado natal de Maryland. Em sua formatura, deu um discurso agradecendo a seus pais pelo investimento financeiro,"longe de ser pequeno", e apontou que sua turma "apresentava novas ideias e desafiava o mundo ao seu redor".
Família de classe média. A família Mangione é dona de diversos negócios em Baltimore, Maryland, onde o jovem foi criado. O pai de Nicholas é professor da universidade Temple, na Pensilvânia, estado onde o suspeito foi preso.
Mestre em Ciências da Computação por universidade de elite. Mangione obteve seu bacharelado e mestrado da Universidade da Pensilvânia, parte da Ivy League, associação prestigiosa que acomoda outras instituições como as universidades de Harvard, Yale, Princeton e Columbia.
Pesquisa voltada a inteligência artificial. A página do LinkedIn de Mangione aponta que seu bacharelado foi realizado com concentração em inteligência artificial e interesse secundário em matemática. Em seu Twitter, Mangione comentava sobre tecnologia, programação e IA.
Trabalhou como pesquisador, professor-assistente e como engenheiro de dados. Enquanto estudava, Mangione estagiou como pesquisador de robótica, programador de jogos e como assistente de professores na Universidade da Pensilvânia e na Universidade de Stanford. Desde 2020, era engenheiro de dados na TrueCar, plataforma online de venda de carros.
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Quero receber"Quando todas as formas de comunicação falham, violência é necessário para sobreviver", escreveu sobre manifesto do Unabomber. Em avaliação do livro "A Sociedade Industrial e Seu Futuro", de Ted Kaczynski, Mangioni escreveu que o autor era um "indivíduo violento — preso corretamente — que feriu pessoas inocentes", mas que suas previsões sobre a sociedade moderna eram "impossíveis de ignorar". Ainda critica as grandes empresas que "não ligam para você, seus filhos ou seus netos".
Último endereço conhecido de suspeito é no Havaí. Luigi Mangione não tem histórico criminal em Nova York e é do estado de Maryland. Ele teria viajado a Nova York de ônibus.
Assassinato ocorreu na manhã de 4 de dezembro
Brian Thompson, 50, estava em frente ao Hilton de Midtown, onde uma conferência de investidores era realizada. Ele faria uma apresentação no evento, mas foi atingido pouco antes das 7h (9h, no horário de Brasília).
Policiais tentaram reanimar Thompson e o levaram a um hospital, onde a morte foi confirmada. "Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento de nosso querido amigo e colega Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare", disse a empresa em comunicado.
Suspeita de crime premeditado. O chefe dos detetives da Polícia de Nova York, Joseph Kenny, informou que o atirador chegou a pé cinco minutos antes de Thompson, que aparentemente caminhava sem seguranças em frente ao hotel. A esposa dele afirmou à TV NBC que o marido tinha recebido ameaças recentes.
Arma utilizada é semelhante às usadas por fazendeiros para abater animais. O Departamento de Polícia de Nova York indicou que se trata de uma pistola de 9 milímetros comumente usada para abater animais em silêncio. Diferente do que se pensava, o assassino provavelmente não usou um silenciador.
FBI ofereceu recompensa de 50 mil dólares (R$ 300 mil) por informações sobre paradeiro de assassino. Após matar o CEO da UnitedHealthcare, ele teria ido de bicicleta ao Central Park. Em seguida, pegou um táxi até a Estação de Ônibus da Ponte George Washington, que oferece viagens até Nova Jersey, Filadélfia e Washington D.C.
Mochila abandonada foi encontrada no Central Park na última sexta-feira (6). A polícia acredita que a bolsa era do responsável pela morte de Brian Thompson, mas não informou o que havia dentro dela. Um oficial disse à CNN que a mochila continha uma jaqueta e dinheiro do jogo Monopoly.
Sistema de saúde nos Estados Unidos é baseado em planos privados. Os EUA são o único país desenvolvido que não tem cuidado universal de saúde. O serviço acaba sendo oferecido por empresas, que frequentemente recusam cobertura de cirurgias, medicamentos ou mesmo anestesia. Publicado em julho deste ano, um levantamento do Centro Nacional de Saúde dos EUA aponta que 25 milhões de americanos, sendo 2,8 milhões de crianças, não tinha, acesso pleno à saúde em 2023.
UnitedHealth Group faturou 100 bilhões de dólares no terceiro trimestre de 2024. A UnitedHealthcare, administrada pela vítima, é um braço da companhia que administra produtos de saúde, como Medicare e Medicaid, para pessoas idosas e de baixa renda, financiados pelos orçamentos estatais.
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