Conteúdo publicado há 11 meses

Marco Aurélio: Se eu fosse Dino, não integraria julgamento contra Bolsonaro

Aprovado para assumir uma vaga no STF, Flávio Dino não deveria participar de um possível julgamento de Jair Bolsonaro, afirmou o ex-ministro Marco Aurélio Mello ao UOL News da manhã desta quinta (14),

Se eu fosse ele, não participaria do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu não participei do julgamento daquele que me indicou, que foi o Fernando Collor. Não participei porque ninguém compreenderia meu voto. Se fosse a favor, estaria agradecendo com a capa; contra, seria mais realista do que o rei. Ou seja: aos 55 anos, com um bom perfil como julgador, ele não deve participar desse julgamento. Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF

Mello integrou o STF entre 1990 e 2021, tendo sido nomeado por Collor, seu primo. Ele não participou da votação que determinou o impeachment do então presidente.

Embora tenha ressaltado a experiência de Dino em sua passagem pelos três Poderes, Mello explicou por que se colocou contra o retorno dele ao Judiciário.

No passado, ele virou as costas para a magistratura, e isso não é bom. Ele teve um verdadeiro prêmio de consolação por ter deixado a magistratura, já que ele chega ao órgão máximo do Judiciário brasileiro. Agora, ele tem boa formação e grande experiência de vida. Ter a capa sobre os ombros é algo que gera uma responsabilidade maior. O momento para se agradecer à indicação antecede a colocação da capa. Isso é o que ele precisa perceber. Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF

Marco Aurélio: Bolsonaro cogitar filho para STF fere caráter republicano

Ao comentar a declaração do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que o pai cogitou indicá-lo ao STF em 2021, Mello considerou que a hipótese foge à normalidade. Para o ex-ministro do Supremo, o ex-presidente Jair Bolsonaro "feriria o caráter republicano" caso escolhesse o próprio filho como candidato para um cargo tão importante.

Não é normal. Presume-se que aquele que seja escolhido pelo presidente da República para a sabatina no Senado tenha uma bagagem ampla. No caso, ainda bem que Flávio Bolsonaro reconheceu que estimaria continuar na política e não abraçar a magistratura. Mas foge à normalidade e ao caráter republicano indicar o próprio filho para uma cadeira dessa envergadura. Penso que Flávio tenha lançado isso como um arroubo de retórica. Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF

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Marco Aurélio comenta Dino no STF: 'É preciso que deixe política de lado'

Mello disse que espera ver Dino deixar seus posicionamentos político-partidários de lado ao integrar o Supremo e que use sua experiência em prol da política institucional e do fortalecimento das relações entre os Três Poderes.

É preciso que Dino deixe a política de lado. Espero que ele contribua para o fortalecimento do colegiado e para uma certa cerimônia no campo da integração entre Judiciário, Executivo e Legislativo. Que perceba a envergadura da cadeira. Ele não poderá ser no Supremo o político que foi até aqui. Não cabe a política governamental; a política a se fazer é a institucional. Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF

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