Gleisi chama proposta de fim da reeleição de oportunista e retrocesso

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou hoje a proposta para acabar com a reeleição para presidente, governador e prefeito que circula no Senado.

O que Gleisi disse

A PEC (proposta de emenda à Constituição) enviada ao Senado aumenta os mandatos no Executivo de quatro para cinco anos e acaba com a possibilidade de reeleição direta. Se aprovada, começa a valer para as eleições de 2030.

Nas redes sociais, Gleisi chamou a iniciativa de "oportunista" e "retrocesso". Para ela, iniciativa "reduz os poderes do presidente" e beneficia a "maioria conservadora".

A reeleição foi aprovada por emenda constitucional em 1997, com apoio do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que queria permanecer no cargo. Um dos argumentos de Gleisi é que, à época, as elites apoiaram, mas quando o PT passou a governar e vencer a disputa presidencias por quatro vezes seguidas (Lula e Dilma Rousseff), deixou de ser interessante.

A proposta foi apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), da base do governo, e abraçada pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já indicou que deverá colocá-la na pauta em 2024. Em entrevista durante a a viagem a Dubai, ele disse que este tema é "muito apropriado para o início do ano que vem".

É um debate antigo. O tempo de mandato do presidente e a possibilidade ou não deste se reeleger foram dois dos temas mais controversos durante a Consituinte, em 1988. Venceu o mandato de quatro anos, sem a possibilidade de reeleição, alterada depois.

O presidente Lula (PT) não será afetado caso decida quebrar a promessa e decida tentar a reeleição em 2026. Ela só valeria para seu possível substituto, mas ele não comentou o assunto.

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