Lira cobra punição a deputados após briga: 'Que não haja acordo'
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou, em entrevista à GloboNews hoje, que o PL e o PT não façam um "acordo" para proteger os deputados Washington Quaquá (RJ) e Messias Donato (ES) no Conselho de Ética após os dois brigarem em plenário.
O que aconteceu
Lira se dirigiu aos partidos e seus líderes. "Eu apelo, sim, à dignidade política dos partidos dos envolvidos para que depois que esses deputados patrocinaram todo tipo de deselegância, ato de falta de decoro, não se tenha acordo no Conselho de Ética com união entre PT e PL, como já houve em outros casos, para proteger os que lá foram, os que lá estavam", disse, citando as duas maiores bancadas da Câmara.
O presidente da Câmara também disse que uma reclamação na corregedoria da Casa teria como resultado uma punição "branda" e criticou uma tentativa dos deputados de fazerem "lacração em rede social".
Lira ainda disse que a briga ofuscou a importância do dia pela promulgação da reforma tributária. "Deprecia, desmoraliza, é ruim para o parlamento. As imagens que ficam e que vão para o mundo são depreciativas".
O presidente da Câmara se reúne ainda hoje com líderes partidários para discutir o assunto.
Durante a entrevista, o deputado também criticou decisões judiciais monocráticas que derrubam aprovações do Congresso, mas fez uma ponderação. "Se nós criticamos decisões monocráticas, nós também devemos corrigir o piso para partidos políticos apresentarem Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)".
Lira disse ser contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prevê um mandato fixo aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). "Não faz bem, não é uma regra que eu defenda. É uma discussão que precisa ser feita com muita seriedade, fora do calor [do momento], das lacrações".
Tapa na cara
O deputado Washington Quaquá (PT-RJ) usou termo homofóbico ao chamar o colega Nikolas Ferreira (PL-MG) de "viadinho" e deu um tapa na cara de Messias Donato (Republicanos-ES), na sessão que recebeu Lula na Câmara para promulgação da reforma tributária, ontem. Ele disse que reagiu a ataques contra o presidente.
Quaquá filmava o deputado Donato, o que gerou uma discussão que culminou no tapa. O vice-presidente do PT foi para frente do colega da oposição, e não houve tempo para outros parlamentares tentarem impedi-lo.
O petista chamou o bolsonarista Nikolas de "viadinho" enquanto se dirigia para o embate com Donato. A fala preconceituosa ocorreu segundos antes do tapa na cara do deputado do Republicanos.
Quaquá alegou que foi empurrado e impedido de gravar. Disse que, por isso, reagiu, dando um tapa na cara do colega. Confirmou que a confusão começou a partir de vaias a Lula.
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