A pedido de Lula, Lewandowski deve manter a chefia da PF

O futuro ministro Ricardo Lewandowski não deverá tirar o delegado Andrei Rodrigues Passos da direção da Polícia Federal após assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em fevereiro.

O que acontece

O presidente Lula (PT) indicou ao futuro ministro que gosta do trabalho da PF e que confia em Andrei. O delegado chefiou a segurança pessoal do petista durante a campanha de 2022.

Lewandowski teria respondido que não tem restrição quanto à manutenção de Andrei. Ao assumir, ele deverá realizar mudanças internas na pasta, colocando seus nomes de confiança, como Manoel Carlos, seu ex-secretário-geral no STF, futuro número dois da pasta. Também há uma expectativa de que ele mantenha Antônio Fernando Oliveira na direção-geral da PRF.

Lewandowski e Andrei devem conversar nos próximos dias. Isso deve sacramentar a manutenção dele no cargo.

Lula gosta do trabalho da PF

Se a área de Segurança Pública sob Flávio Dino não era exatamente elogiada no Planalto, a gestão da PF é vista como um dos pontos fortes. Em boa sincronia com o ministro, Lula avalia que Andrei teve papel determinante para afastar ameaças golpistas tanto na corporação quanto fora dela, em especial após o 8 de janeiro.

O argumento apresentado ao futuro ministro é que ele tem autonomia, mas que em time que está ganhando não se mexe. Funcionário de carreira, Andrei tem um estilo proativo, porém pouco espetaculoso, o que agrada ao presidente, que costuma criticar as ações que lembrem a Operação Lava Jato.

O argumento apresentado ao futuro ministro é que ele tem autonomia, mas time que tá ganhando não se mexe. Lewandowski tampouco teria mostrado resistência ou interesse de fazer a troca por ora. Pessoas próximas lembram, no entanto, que tudo pode mudar depois que o trabalho começar.

Ministério vai mudar

Isso não se aplica, evidentemente, às entranhas do Ministério da Justiça. Como o UOL mostrou, nas negociações com Lula para aceitar o convite para compor a Esplanada, Lewandowski falou da importância de ter um time de sua confiança e citou o nome de Manoel Carlos, seu antigo auxiliar.

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Lula lhe deu autonomia completa. No discurso de anúncio, que "tem por hábito não indicar ninguém para nenhum ministério". "Eu quero que as pessoas montem o time que ele vai jogar", disse o presidente.

Lewandowski só assume no dia 1º, mas as mudanças já começam a acontecer. Há servidores que devem ir com Dino para o Supremo e outros que serão dispensados ou remanejados. Sem filiação, é esperado que o novo ministro faça menos indicações partidárias.

Isso inclui, ainda, o atual secretário-executivo Ricardo Cappelli. Após a mudança, ele afirmou que não se demite, mas também não aceita ser "rebaixado". Ele chegou a ser cotado para a vaga, caso o ex-STF não aceitasse o cargo.

O ministério também não será desmembrado. Segundo o UOL apurou, Lula ofereceu o ministério completo ao ministro aposentado do STF. O presidente chegou a ser a favor da separação durante a transição de governo, mas foi convencido por Dino.

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