Quem é Carlos Jordy, alvo de operação da PF sobre 8/1
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) está na mira da nova fase de uma operação da Polícia Federal que investiga a organização dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.
Quem é o deputado
Jordy está em seu segundo mandato como deputado federal — ele foi reeleito em 2022 com 114.587 votos. Nas eleições de 2018, o parlamentar recebeu 204.048 votos.
Em 2021, Jordy chamou de "vagabundo" o ministro do STF Alexandre de Moraes. O xingamento aconteceu nas redes sociais, quando o ex-deputado Daniel Silveira foi preso por ter feito ameaças aos ministros da Corte e apologia ao AI-5, o Ato Institucional Número 5, o mais duro da ditadura militar (1964-1985).
Em seus perfis nas redes sociais, o deputado faz críticas ao governo Lula. Jordy define a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em 8 de Janeiro como uma "narrativa mentirosa de golpe" feita pelo presidente Lula e do STF.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele é pré-candidato à Prefeitura de Niterói neste ano. Também é líder da oposição ao governo Lula na Câmara dos Deputados.
Jordy protagonizou uma discussão com o filho do ex-presidente, o vereador Carlos (PL-RJ) em 2022. Durante um evento, o deputado cobrou mais empenho de Bolsonaro nas eleições de deputados e senadores. "Ainda tenho ouvir isso? Pqp! É inacreditável? Não! Sei exatamente como esses agem", escreveu o filho 02.
O deputado questionou o vereador carioca se ele estava o chamando de "traidor". "Não entendi sua crítica. Então agora, desde 2016 ao lado do seu pai, sou traidor? Era só o que me faltava, xará", disse.
Ele também foi vereador em Niterói — recebeu 2.388 nas eleições em 2016.
O deputado também já foi condenado a pagar uma indenização de R$ 66 mil ao youtuber Felipe Neto. Jordy associou o influenciador ao massacre que aconteceu em uma escola pública em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, em 2019.
Operação da PF
A Polícia Federal fez busca e apreensão no gabinete parlamentar e também na casa de Jordy. Ele é suspeito de liderar, no Rio de Janeiro, os atos antidemocráticos de contestação ao resultado das eleições de 2022, como bloqueios das rodovias. Os agentes investigam que esses momentos teriam sido preparatórios para o 8/1.
O deputado disse que a operação da PF é "autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal". Ele afirmou que foi "acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal". As declarações foram feitas em vídeo publicado nas suas redes sociais.
É a primeira vez que um deputado federal é alvo de busca e apreensão na Lesa Pátria — como é chamada essa operação. Há outros parlamentares investigados por sua relação com os atos antidemocráticos, mas até hoje não foram alvo de medidas como essa.
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