PF mira líder da oposição na Câmara em nova fase da Lesa Pátria
A Polícia Federal cumpre nesta quinta (18) mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) em uma nova fase da Operação Lesa Pátria, que investiga a organização dos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
Jordy é líder da oposição ao governo Lula na Câmara dos Deputados. Os policiais federais fazem busca e apreensão no gabinete do parlamentar — e foram até a casa dele logo cedo.
Bolsonarista, o deputado é suspeito de liderar atos antidemocráticos de contestação ao resultado das eleições realizados no Rio de Janeiro em 2022, como bloqueios das rodovias. Para os investigadores, esses atos podem ter sido preparatórios para a destruição das sedes dos Três Poderes. Jordy nega (leia mais abaixo).
Segundo a Polícia Federal, "os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime".
Também são alvos de buscas outras pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos. No total, são dez mandados de buscas sendo cumpridos hoje, autorizados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Desde o início das apurações, é a primeira vez que um deputado federal é alvo de busca e apreensão na Lesa Pátria. Há outros parlamentares investigados por sua relação com os atos antidemocráticos, mas até hoje não foram alvo de medidas desse tipo.
É a 24ª fase da operação. Nas 23 anteriores, foram cumpridos 94 mandados de prisão preventiva e 313 de busca e apreensão. Os bens apreendidos são avaliados em mais de R$ 11,6 milhões, de acordo com os cálculos da PF.
Em momento algum incitei atos de 8 de Janeiro, diz Jordy
Em suas redes sociais, o deputado Carlos Jordy classificou a ação de "autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal". Ele disse que foi "acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal".
O deputado — que é pré-candidato à Prefeitura de Niterói (RJ) — negou as acusações, afirmou que é perseguido e criticou Moraes. "É inacreditável. Esse mandado do ministro Alexandre de Moraes é a constatação de que estamos vivendo uma ditadura", afirmou.
Eu em momento algum do 8 de janeiro eu incitei, falei para as pessoas que aquilo era correto, em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos, nunca apoiei nenhum tipo de ato tanto anterior ou depois do 8 de janeiro, embora as pessoas tivessem todo seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito.
Carlos Jordy (PL-RJ)
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