Conteúdo publicado há 9 meses

Eduardo Bolsonaro critica Moraes após operação: decisão 'ilegal' e 'imoral'

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou de "ilegal" e "imoral" a operação da Polícia Federal que teve como um dos alvos o seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).

O que aconteceu

Eduardo criticou a ordem de busca e apreensão expedida por Alexandre de Moraes. Em uma publicação na rede social X, Eduardo alega que a decisão é "genérica" e diz que os agentes da PF não aguardaram a chegada dos advogados da família à residência de Angra dos Reis. O material, incluindo o celular de Carlos, foi recolhido pela PF perto das 12h. Os agentes chegaram ao local no início da manhã.

Para Eduardo, Moraes tinha intenção de apreender material de todos na casa. "Tudo confeccionado entre meia-noite e 06:00h de hoje. Ao que tudo indica, para que todos fossem objeto de busca com base em investigação direcionado ao Carlos", disse o deputado.

Material de assessor de Jair Bolsonaro também foi levado. "O laptop e tablet continham o nome de Tercio na tela de início e ele desbloqueou os aparelhos diante dos PF", escreveu. O filho do ex-presidente chamou decisão de "abuso".

Eduardo negou que Carlos tenha escapado da casa ao saber da operação. A família afirmou, ao longo do dia, que tanto Carlos quanto Jair e Flávio Bolsonaro saíram para pescar antes da chegada da PF, e voltaram assim que receber a operação. O colunista Aguirre Talento, do UOL, apontou que investigadores desconfiam que a informação da operação tenha chegado antes a Carlos.

Esse estado de coisas não pode permanecer, não pode uma ordem judicial ter uma ampliação dessa forma. Isso é ato ilegal, além de imoral.
Eduardo Bolsonaro em publicação no X

O UOL tenta contato com Alexandre de Moraes em busca de posicionamento. Se houver retorno, o texto será atualizado. O espaço segue aberto para manifestação.

Entenda a operação de hoje

A PF fez buscas numa casa em Angra dos Reis (RJ) onde estão Carlos, os irmãos Eduardo e Flávio e Jair Bolsonaro. Também houve busca e apreensão na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

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Outro alvo é Giancarlo Gomes Rodrigues, ex-assessor da Abin. A PF encontrou e apreendeu 10 celulares na casa do militar.

A PF investiga se aliados de Bolsonaro na Abin usaram, de forma indevida, outras ferramentas de espionagem, além do First Mile. O software permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de um programa espião.

Os investigadores suspeitam que Ramagem utilizou da estrutura da Abin para tentar fazer provas em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.

Família Bolsonaro disse não ter realizado atos de espionagem. O ex-presidente disse que a Abin paralela "jamais existiu" e elogiou Alexandre Ramagem durante uma live feita com seus filhos no domingo (28).

A Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura do ex-diretor da Abin como de "natureza gravíssima".

O First Mile é um programa adquirido pela Abin que permite ao usuário rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa. A ferramenta permite o rastreio de até 10 mil pessoas por ano.

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