Kennedy Alencar: Operação da PF derruba tese de 'militares legalistas'
A operação da Polícia Federal, deflagrada hoje e que tinha como alvo Jair Bolsonaro e aliados, derruba a tese da existência de "militares legalistas" no Alto Comando do Exército brasileiro que supostamente impediram o golpe, já que ao tomarem conhecimento da organização do mesmo, eles "foram omissos e covardes", afirma o colunista do UOL Kennedy Alencar durante o UOL News desta quinta (8).
Voltou a circular hoje a tese de que o golpe não aconteceu, porque temos militares legalistas no Alto Comando do Exército. Isso é uma mentira. Esse pessoal foi convidado e pressionado a dar um golpe de Estado. Não fizeram nada, não deram voz de prisão a ninguém, não denunciaram a tramoia, não vieram a público. Kennedy Alencar, colunista do UOL
Ficaram quietos. Deram tempo para o Bolsonaro e os fascistas dele, militares e golpistas, continuarem a tramar um golpe contra a democracia. Fizeram pior: por que toleraram, deram guarida e protegeram os acampamentos golpistas. Esses acampamentos nunca deveriam ter sido admitidos. Aquele negócio de manifestação antidemocrática, para fechar Supremo, pedindo intervenção militar, aquilo é golpismo e não deveria ter sido tolerado. Kennedy Alencar, colunista do UOL
Para o colunista, a vitória da democracia brasileira não é uma concessão dos militares legalistas.
A vitória da democracia não é uma concessão de legalistas do Alto Comando do Exército que não embarcaram na aventura do Bolsonaro. Aliás, eles foram omissos e covardes. Até hoje a gente convive com uma mentalidade golpista nas Forças Armadas brasileiras. A gente precisa acabar com isso, elas não têm tutela sob a vida civil. Kennedy Alencar, colunista do UOL
A operação de hoje aproxima o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da prisão, pois dá robustez às provas colhidas pela Polícia Federal, ressalta Kennedy Alencar.
Essa operação é muito importante porque ela aproxima o Bolsonaro da prisão. Ela dá mais robustez, ela fortalece as provas para colocar o Bolsonaro na cadeia, onde ele tem que tá. Porque ele foi o presidente que, no cargo, usou de todos os instrumentos para tramar contra a democracia, para ameaçar nossa democracia. Kennedy Alencar, colunista do UOL
A democracia é um regime que pode tolerar muita coisa, mas não pode tolerar quem quer acabar com ela, quem quer destruí-la, quem atenta contra. Se a gente permitir que um presidente no cargo faça o que o Bolsonaro fez, nós vamos contratar uma tentativa de golpe no futuro. Kennedy Alencar, colunista do UOL
O colunista lembra a falta de ação das Forças Armadas após o resultado da eleição presidencial de 2022, pois continuaram permitindo o que ele chama de "acampamentos golpistas" em frente a quarteis generais em todo o País.
Em 30 de outubro de 2022 [veio] um resultado cristalino no segundo turno, Lula venceu a eleição. O que esses ditos legalistas das Forças Armadas fizeram? Continuaram permitindo acampamento golpista até 8 de janeiro, e [nesse dia] ainda protegeram muitos dos que atacaram a sede dos Três Poderes. Kennedy Alencar, colunista do UOL
Não dá para passar pano para a cúpula das Força Armadas. O golpismo é uma coisa ainda apresente nas Forças Armadas e o Lula erra com essa estratégia acomodatícia do [ministro] Múcio. Os militares nunca estiveram tão fracos desde a redemocratização em 1985. Kennedy Alencar, colunista do UOL
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