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MST: Ato da esquerda não é resposta a Bolsonaro, mas à agenda golpista

O ato convocado por setores da esquerda para o próximo dia 23 será voltado à defesa da democracia e contra a agenda golpista, sem ter Jair Bolsonaro como alvo, disse João Paulo Rodrigues, diretor nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em entrevista ao UOL News nesta sexta (1º).

O principal elemento que fez com que a esquerda organizasse essa manifestação não é dar uma resposta à mobilização do Bolsonaro na Avenida Paulista. A ideia é pautar na sociedade brasileira que existe uma agenda golpista por parte da direita e que a esquerda brasileira não pode ficar em casa, assistindo de camarote.

O ato do dia 23, que deve acontecer no país inteiro, terá essa palavra de ordem de 'Golpe nunca mais', a defesa da democracia e contra toda e qualquer possibilidade de anistia aos golpistas. João Paulo Rodrigues, diretor nacional do MST

Rodrigues descartou a possibilidade de um dos motes da manifestação ser a prisão de Jair Bolsonaro. O diretor do MST ressaltou o respeito ao andamento do processo legal contra o ex-presidente.

[O ato] É a favor da democracia e contra a anistia. Não existe Bolsonaro na palavra de ordem. Não queremos que ele esteja no centro da pauta, nem no caso de prisão, nem de outros assuntos. É uma mobilização contra a agenda golpista, que é muito mais ampla do que o Bolsonaro.

Um setor acha que deveríamos pautar o tema da prisão do Bolsonaro. e pressionar o STF para fazer isso logo. Nós avaliamos que isso é uma decisão da Justiça. Por isso, a pauta [do ato] é política.

Achamos que Bolsonaro deve ser preso se houver um processo legal, com o direito de defesa, transitado em julgado. Feito isso, a Justiça decide se ele pode ser preso ou não. Não podemos antecipar essa agenda porque iria contra tudo o que fizemos no debate sobre o presidente Lula. João Paulo Rodrigues, diretor nacional do MST

Rodrigues disse que Lula foi convidado para participar da manifestação, mas ainda não definiu se irá ou não. Há ainda dúvidas sobre onde será realizado o ato central — em Salvador ou em São Paulo.

Nós o convidamos e sei que ele não toparia se houvesse a palavra de ordem para a prisão de Bolsonaro. Um ato em defesa da democracia, teoricamente ele toparia ir.

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Se ele for, dará outra dinâmica. Convidaremos os chefes do Supremo e do Congresso e os partidos alinhados a esta agenda. Não queremos um ato fechado, apenas com as forças de esquerda. João Paulo Rodrigues, diretor nacional do MST

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