Conteúdo publicado há 4 meses

'Justiça tem julgado com interesses', diz Zema sobre ações contra Bolsonaro

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), disse ser a favor de todas as investigações, mas avalia que o Judiciário brasileiro tem atuado com "interesses políticos" em investigações que apuram a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

O que aconteceu

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o governador mineiro afirmou ser favorável às investigações que apuram a tentativa de golpe de Estado. A investigação visa uma organização criminosa que, segundo a PF, atuou para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo e invalidar as eleições de 2022. O inquérito, que envolve Bolsonaro e aliados, é analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Zema disse que "quem não deve, não teme". Mas avalia que o Judiciário tem atuado com interesses políticos e não conforme a lei. O governador esteve na manifestação na avenida Paulista a favor de Bolsonaro no último domingo.

Eu sou favorável a toda investigação. Eu sempre falo que quem não deve, não teme. Eu só temo que possa haver alguma parcialidade. Aí é que está a questão. A Justiça no Brasil, no meu entender, tem demonstrado que muitas vezes tem julgado de acordo com interesses políticos e não de acordo com a lei. E isso me parece que ficou bastante acentuado nesses últimos 14 meses.
Zema

O período citado na fala de Zema coincide com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Eu só temo que possa haver alguma parcialidade [nos processos contra Bolsonaro]. Aí é que está a questão. A Justiça no Brasil, no meu entender, tem demonstrado que muitas vezes tem julgado de acordo com interesses políticos e não de acordo com a lei"
Zema

Bolsonaro protesta contra Moraes

Em fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro já havia entrado com recurso no STF pedindo o afastamento de Moraes da relatoria do inquérito que apura a existência de uma trama golpista durante seu governo.

A defesa argumentou que o ministro não poderia ser interessado e, ao mesmo tempo, juiz do caso. Isso porque o ministro aparece nas investigações como alvo dos supostos atos golpistas.

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O presidente do STF, Luís Barroso, negou o pedido e alegou que a defesa de Bolsonaro não obteve sucesso em fazer "clara demonstração de qualquer das causas justificadoras de impedimento", que são previstas em lei.

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