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Michelle rebate Lula sobre Bolsonaro ser preso: 'Quando vai virar a chave?'

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) rebateu, nesta terça-feira (5), o presidente Lula (PT) após o petista dizer ontem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "está tentando escapar" da possibilidade de ser preso, caso seja julgado por uma tentativa de golpe de Estado.

O que aconteceu

"Quando vai virar a chave???", disparou a ex-primeira-dama ao petista. A publicação, compartilhada nos stories, afirma erroneamente que Lula teria dito que Bolsonaro "sabe que vai ser preso". Na verdade, o petista declarou que Bolsonaro "sabe que fez caca, que fez burrice, que tentou dar um golpe, que sabe que vai para a Justiça, que sabe que vai ser julgado e que, se for julgado, ele pode ser preso e está tentando escapar".

Michelle ainda escreveu que Jair Bolsonaro é o "ex mais amado e LEMBRADO do Brasil". A frase já foi usada pelo próprio ex-presidente para se definir. Na postagem, a ex-primeira-dama também usou um avatar com seu rosto bocejando.

Postagem inclui vídeo da declaração do presidente, mas com a música "É o amor". "É o amor / Que mexe com minha cabeça e me deixa assim / Que faz eu pensar em você e esquecer de mim / Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver / É o amor", diz o trecho da canção de Zezé Di Camargo & Luciano acionado na publicação. Não é possível ouvir a declaração de Lula no vídeo porque o post foi silenciado, deixando apenas a música.

Declaração de Lula

Lula comentou o ato promovido por Bolsonaro no dia 25, em São Paulo, na abertura da Conferência na Nacional de Cultura ocorrida na segunda-feira (4). "Um cidadão que sabe que fez caca, que fez burrice, que tentou dar um golpe, que sabe que vai para a Justiça, que sabe que vai ser julgado e que, se for julgado, ele pode ser preso e está tentando escapar", provocou.

Se vocês tiverem acesso, quando for publicado, eu acho que a gente vai ter acesso aos depoimentos das pessoas, a verdade nua e crua é que esse cidadão [Bolsonaro] preparou um golpe para o país. Quando ele ficou trancado em casa por várias semanas, que não sabia se ele estava chorando, o que ele estava fazendo, ele estava preparando um golpe, tentando imaginar como ele ia fazer para não deixar o presidente eleito tomar posse. Eu acho que ele se borrou de medo e resolveu ir embora para os Estados Unidos para não ver a posse.
Lula, na abertura da CNC

As investigações da PF sobre atos golpistas apontam que a cúpula do governo Bolsonaro trabalhava com um "plano para subverter o Estado Democrático de Direito". O objetivo seria impedir a posse do presidente Lula e manter Bolsonaro no poder, após ele ter sido derrotado nas urnas.

O ex-presidente foi convocado para prestar depoimento, mas permaneceu calado. "A expectativa dos investigados em obter êxito na referida empreitada criminosa permaneceu durante o mês de dezembro, adentrando, inclusive, em janeiro de 2023", diz a PF, em alusão aos atos golpistas de 8 de janeiro.

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Golpe estava desenhado

O presidente havia abandonado discursos contundentes contra o adversário há um tempo, mas retomou após as manifestações. Ao passo que o governo tentava evitar o assunto, o próprio Lula chegou a assumir que o ato na Avenida Paulista teve relevância.

Ao subir ao palco, Lula vou recebido por gritos de "sem anistia" pelos militantes e profissionais da cultura, além do tradicional "olê olê olá". Gritos como este são comuns em eventos com o petista no Palácio do Planalto. Lula costuma não levar para frente, mas os presentes no palco aplaudiram.

Ele [Bolsonaro] imaginava que as pessoas que ele pagou, que ele organizou e que ajudou a financiar para ficar nas portas dos quartéis, ele achava que essa gente ia dar o golpe e, possivelmente, ele fosse ungido pelo povo fascista desse país para voltar nos braços do povo para assumir a presidência da República. Era isso que estava desenhado, mas era isso que não aconteceu.
Lula, na abertura da CNC

A PF já identificou movimentos suspeitos de Bolsonaro e seus principais aliados com a invasão à praça dos Três Poderes. Os generais Braga Netto e Augusto Heleno, ex-ministros de Bolsonaro e próximos ao presidente, por exemplo, estiveram com alguns dos manifestantes que tomaram Brasília no dia 8 de janeiro.

Lula provocou ainda que Bolsonaro ficou "com medo da posse". Para Lula, a sua terceira posse mostrou que havia muitas pessoas ao seu lado e que as urnas eletrônicas "não mentiram para ele", relembrando que foi solicitada a reavaliação dos votos apenas do 2º turno e não do primeiro, em que os partidos de direita tinham conseguido aprovar muitos nomes para os cargos na disputa.

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