Conteúdo publicado há 9 meses

Caroline de Toni sobre anistia: Não teria problema nenhum de pautar

Nova presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC) disse "não ter problema algum em pautar" na comissão a discussão sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, defendida por Jair Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista. A deputada federal considera que houve excessos nas condenações".

Em entrevista ao UOL News nesta sexta (8), ela apontou, no entanto, que o tema ainda precisa ser avaliado e que não há um relator definido para a pauta.

Acredito que tenho que discutir isso com meu líder do partido, com os deputados da base aliada e ver também se há apelo popular. O apelo social e popular já percebemos que há, porque recebemos reclamações dos excessos que foram cometidos com muitas das pessoas que estavam nas manifestações.

De minha parte, podemos avaliar e não teria problema em pautar esse tipo de projeto. Agora, não basta só pautar; tem que ter voto suficiente para aprovar, não é um projeto conclusivo, tem que passar pelo plenário e vai o [Arthur] Lira ver se ele pauta... Não é uma coisa que eu pautando já vai acontecer automaticamente. Caroline de Toni, deputada federal (PL-SC) e nova presidente da CCJ

A deputada citou um episódio de 2006, quando integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) invadiram o Congresso e apontou que foram adotados critérios diferentes em relação aos condenados pelo 8/1 até agora.

Tenho que avaliar a conveniência e a oportunidade. Não tem relator e nem relatório, mas essa é uma pergunta que tenho que avaliar ainda. Não teria problema nenhum de pautar, porque entendo que houve excessos e que eles só podem ser corrigidos pelo Congresso Nacional, que pode exercer um papel de contrapeso para equilibrar quando há excessos.

O próprio MST, que é um dos movimentos de base da esquerda, já invadiu o Congresso, depredou ministério, jogou tinta vermelha, invadiram e quebraram um monte de coisa e nunca foram considerados terroristas pela lei e não houve condenações tão exageradas. Percebemos que há dois pesos e duas medidas conforme o grupo. Caroline de Toni, deputada federal (PL-SC) e nova presidente da CCJ

A nova presidente do CCJ explicou que um dos projetos sobre a anistia aos envolvidos no 8/1 ficou sem relator e, por isso, ainda deve levar algum tempo para ser analisado.

Tenho cerca de doze projetos com relação à anistia tramitando na Câmara dos Deputados, dos quais um havia sido designado a relatoria para a deputada Sâmia [Bomfim, PSOL-SP]. Como ela não é mais membro na comissão e nessa transição de um ano para outro ela não se tornou membro, caiu a relatoria dela. Esse é um dos projetos em que dá para designar uma nova relatoria.

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Entendo que houve excessos por parte de julgamentos de alguns desses processos, de pessoas que nem estavam muitas vezes na baderna, foram presas e estão com tornozeleira. Teria que designar um novo relator para esse projeto. A princípio, não está pronto para pauta. Caroline de Toni, deputada federal (PL-SC) e nova presidente da CCJ

Não entendemos rejeição por presidência da CCJ, diz Caroline de Toni

Caroline disse ter estranhado a reação negativa à escolha de um nome do PL para presidir a CCJ. A deputada federal alegou que havia um acordo com o presidente da Câmara Arthur Lira e outras lideranças.

A CCJ seria de direito, segundo o regimento, do PL, no primeiro ano de mandato. Não assumimos desde o primeiro ano porque fizemos um acordo. Na época do Bolsonaro, no primeiro ano, a CCJ ficou com a base aliada. [Arthur] Lira e os demais partidos do grande bloco pediram um gesto do PL para que deixasse a CCJ no primeiro ano para o partido alinhado ao governo. E foi feito. Ou seja: já houve diálogo dos líderes nesse sentido. Tanto que não entendemos por que houve essa rejeição no segundo ano se a primeira escolha era direito do PL, segundo o regimento. Caroline de Toni, deputada federal (PL-SC) e nova presidente da CCJ

Acredito que alguns excessos merecem correção, diz deputada sobre Moraes

Defensora do impeachment de Alexandre de Moraes, Carolina reafirmou sua posição sobre o ministro do STF por considerar que ele cometeu excessos.

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Não mudei de posição. Acredito que alguns excessos merecem correção. O processo de impeachment é um dos meios constitucionalmente previstos para prevenir quanto a excessos na atuação das autoridades públicas. Com relação a isso, primeiro o processo tem que ser admitido para depois tramitar. Existem alguns excessos, sim, e eles podem ser avaliados com o devido processo legal dentro da Casa competente. Caroline de Toni, deputada federal (PL-SC) e nova presidente da CCJ

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