Mistério sobre Kate faz web lembrar polêmica de Tancredo: o que rolou ali?
A primeira foto oficial de Kate Middleton desde que ela foi submetida a uma cirurgia abdominal há quase dois meses foi retirada de circulação por agências de notícias por ter sido manipulada.
Assim como a princesa de Gales, uma imagem de 1985 do então recém-eleito presidente Tancredo Neves também tem uma história interessante, que foi lembrada nas redes sociais devido à repercussão de Kate.
Os britânicos chocados com o babado da Kate Middleton imagine se eles soubessem o que rolou aqui KKKKKKKKK pic.twitter.com/94jHS9JF9t
-- Léo mas não de Leonardo (@Itsleocarvalhoo) March 11, 2024
O que rolou, afinal?
Eleito em 15 de janeiro de 1985. Primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar, Tancredo Neves foi internado no dia 14 de março, em Brasília, na véspera de sua posse. Na ocasião, ele teve fortes dores abdominais e precisou passar por uma cirurgia de emergência.
O mineiro foi declarado morto em 21 de abril daquele ano, aos 75 anos. A causa foi divulgada como infecção generalizada. Mais tarde, novas versões de médicos envolvidos no caso indicam que ele tinha um tumor benigno, acobertado para evitar espalhar medo de que ele não fosse à posse.
Segundo a Folha, a suspeita de apendicite não foi confirmada, nem a de um divertículo. Na verdade, tratava-se de umleiomioma infectado (tumor benigno do intestino). Por questões políticas, o laudo médico foi fraudado, e o diagnóstico de diverticulite, mantido. Devido ao equívoco inicial, foi utilizada uma técnica cirúrgica considerada inadequada para o leiomioma, muito vascularizado. A sucessão de problemas operatórios levou à morte do presidente eleito, de acordo com o livro "O Paciente - O Caso Tancredo Neves".
Morte teria sido por Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica, segundo médicos disseram ao "Fantástico", em 2005. É quando o organismo cerca um foco de infecção com uma inflamação. No entanto, essa resposta pode se exceder, inflamando outros órgãos. À época da morte de Tancredo, a síndrome ainda não tinha sido estudada.
A foto icônica foi clicada pelo jornalista Gervásio Baptista, em 25 de março de 1985. Na época, a ideia da imagem era mostrar Tancredo se recuperando ao lado de seus médicos, na tentativa de tranquilizar a população brasileira. No entanto, o efeito causado pelo clique foi exatamente o oposto.
Nela, Tancredo apareceu abatido. Segundo a revista Veja, o político tinha duas sondas injetadas no corpo e, atrás do sofá, uma enfermeira segurava um frasco de soro. Então, começaram a surgir os mais diversos boatos sobre a imagem, como de que o recém-eleito presidente já até estava morto no momento.
Segundo uma das teorias que surgiram na época, Tancredo teria sido assassinado por militares contrários à entrega do poder. A hipótese ganhou ainda mais força em 1996, quando o general Newton Cruz disse em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que Paulo Maluf o procurou em outubro de 1984 —três meses antes da votação— propondo um golpe caso o mineiro fosse eleito.
Tiros na Catedral. Alguns também afirmam que Tancredo foi alvo de um atentado durante uma missa na Catedral de Brasília. Durante a celebração, houve uma queda de energia e relatos sugerem que alguns presentes ouviram um tiro. Tancredo teria sido levado para o Hospital de Base de Brasília, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência.
Um outro boato sugere que Tancredo teria sido vítima de envenenamento. Essa teoria ganhou força devido ao fato de seu mordomo, João Rosa, ter ficado internado por 16 dias com dores abdominais e ter morrido um dia após a morte do ex-presidente. A especulação é de que o envenenamento foi planejado por militares com o auxílio da CIA, a agência de inteligência dos EUA.
Por fim, há também outras teorias relacionadas à data da morte de Tancredo. Um médico da equipe registrou que seu cérebro teria parado de funcionar em 20 de abril. Sua morte, porém, foi oficialmente declarada no dia seguinte. Especula-se que a data escolhida, coincidindo com o feriado de Tiradentes, tenha sido usada para perpetuar a imagem do político mineiro como um herói.
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