Conteúdo publicado há 8 meses

CGU multa empresa de vacinas investigada por fraude durante pandemia

A CGU (Controladoria-Geral da União) multou em R$ 80 mil a empresa de vacinas Davati Medical Supply por apresentar propostas fraudulentas ao Ministério da Saúde durante a pandemia da covid-19, segundo investigação do órgão. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (18).

O que aconteceu

O órgão também declarou a empresa inidônea. Isso impede a Davati de participar de licitações e outros tipos de contrato com o Poder Público.

A investigação concluiu que as propostas eram fraudulentas. Um dos argumentos utilizados pela CGU foi que, ao contrário do que afirmavam os supostos representantes da empresa, a Davati não tinha relação com a fabricante AstraZeneca no Brasil.

Entidades privadas, que teriam atuado como representantes da empresa na época, também foram punidas pela CGU. A ONG Senah (Secretaria de Assuntos Humanitários), o IFB (Instituto Força Brasil) e o Escritório Júlion Caron Advogados foram multados em R$ 6 mil cada e considerados inidôneos.

No último dia 7, a CGU destituiu dos cargos comissionados Antônio Élcio Franco e Roberto Ferreira Dias, que ocuparam postos de alta gestão no Ministério da Saúde no governo Bolsonaro. Roberto foi acusado por um suposto representante da Davati no Brasil de pedir propina para negociar com a empresa. Ele nega.

O UOL tenta contato com os alvos da decisão da CGU. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Entenda o caso

A investigação começou na CGU após entrevista do policial Luiz Paulo Dominghetti à Folha de S.Paulo em junho de 2021. Ele, que se apresentava como representante da Davati no Brasil, acusou Roberto Ferreira Dias de pedir propina para negociar com a empresa.

As propostas consistiam em uma tentativa de venda de até 400 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 da fabricante Astrazeneca.

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Na época, a Davati negou que o policial Dominghetti tivesse poder "para negociar ou alterar a oferta em nome da empresa". A empresa afirmou que possuía apenas um representante credenciado no Brasil, Cristiano Carvalho.

O dono da Davati Medical Supply, Herman Cardenas, disse que foi enganado por parceiros brasileiros. Em entrevista ao Fantástico em agosto daquele ano, ele afirmou que o empresário Cristiano Carvalho chegou a enviar uma foto com o então presidente Jair Bolsonaro dizendo que tinha acabado de sair de uma reunião com o governante. "Hoje a gente sabe que a foto deve ser fake. Eu mal posso acreditar que alguém usaria uma imagem de 2019 para dizer que estava presente ali, como se fosse em 2021".

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