Oposição considera falas de Lula como cortina de fumaça e falta de respeito

Deputados e senadores da oposição criticaram as declarações do presidente Lula. O petista chamou Jair Bolsonaro de "covardão" e disse que ele "ficou chorando" no Palácio da Alvorada depois de perder as eleições de 2022.

O que aconteceu

Com popularidade em queda, Lula convocou reunião ministerial para a manhã de hoje. Ele afirmou que um golpe só não ocorreu porque parte dos militares não aceitou e por falta de coragem de Bolsonaro: "O [ex-]presidente é um covardão". Também disse que o adversário ficou chorando quase um mês depois da derrota nas urnas.

Bolsonaro estava com erisipela depois da corrida presidencial. Ele ficou semanas sem aparições públicas e recebia somente um grupo restrito de assessores e aliados no Palácio da Alvorada.

O deputado Evair de Melo (PP-ES) estava com Bolsonaro durante o tratamento. Ele disse que as dores eram intensas e classificou como falta de respeito e consideração a fala de Lula. O parlamentar acrescentou que "não esperava outra coisa de quem defende o Hamas".

Ministra de Bolsonaro e hoje senadora, Damares Alves (Republicanos-DF) declarou que passou a hora de Lula reclamar do ex-presidente e começar a trabalhar. "Claro que é desrespeitoso. Mas o que esperar de um comunista com ódio e raiva com o Lula? Respeito? Jamais!"

O deputado Rodolfo Nogueira falou em agressão pessoal. "Em vez de contribuir para o debate político de forma construtiva, Lula prefere partir para a ofensa gratuita", criticou.

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Imagem: PL/Divulgação

Cortina de fumaça

O senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que Lula critica Bolsonaro para tenta desviar o foco dos problemas do país: indicadores negativos de segurança pública; alta no preço dos alimentos; relação ruim com o Congresso; e falta de projetos.

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Para Seif, o governo busca no ex-presidente uma cortina de fumaça. "A baixa popularidade de Lula e a má governança do país são desfocadas e maquiadas com ataques e narrativas que não encontram respaldo na realidade", disse.

Ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro e atual advogado, Fabio Wajngarten vê "desespero" nas declarações de Lula. Ele considera que o governo federal "derrete velozmente" e a esquerda enfrenta seu pior momento desde 2020.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) disse que Lula prometeu pacificar o país, mas investe na polarização. Ele classificou a declaração de Lula como desnecessária e lembrou que Bolsonaro não é presidente há mais de um ano.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que as falam miram as eleições. "Declarações infelizes como essa só reforçam uma polarização que beneficia eleitoralmente os dois. Tudo isso é de caso pensado."

As avaliações da direita foram menos contundentes sobre Bolsonaro ser chamado de "covardão". O adjetivo foi usado por Lula ao dizer que um golpe de Estado não ocorreu por falta de coragem.

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A senadora Damares Alves disse que Bolsonaro "mostrou toda a sua coragem quando enfrentou bandidos e o crime organizado no Brasil". O discurso da direita no Congresso é que o ex-presidente não atentou contra a democracia e não houve qualquer iniciativa para colocar o país em estado de sítio, logo, não houve crime.

O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) reclamou. "Lula deveria refletir sobre seu próprio legado e sobre os danos que causou ao país", disse.

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