Moraes manda Bolsonaro explicar ida a embaixada após entregar passaporte

O STF (Supremo Tribunal Federal) informou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para o ex-presidente Jair Bolsonaro explicar sua ida à embaixada da Hungria, em Brasília, após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal.

O que aconteceu

Bolsonaro foi para embaixada húngara quatro dias após entregar passaporte à PF. Ele chegou ao local na noite de 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, acompanhado de dois seguranças, conforme reportagem do jornal The New York Times. Foi embora dois dias depois.

Funcionários de embaixada foram orientados a não trabalhar presencialmente. No dia 14 de fevereiro, os empregados que deveriam voltar ao prédio no dia seguinte ao feriado de Carnaval foram orientados a passar o restante da semana trabalhando de casa. De acordo com o NYT, ninguém foi informado sobre o motivo da orientação.

Estadia na embaixada seria para fugir da prisão. O jornal também revelou que, segundo uma fonte, a intenção da embaixada era abrigar o ex-presidente caso ele fosse alvo de um mandado de prisão.

Bolsonaro e outras 19 pessoas ligadas a ele entregaram seus passaportes à PF em 8 de fevereiro. A entrega foi feita por medida cautelar referente à operação que investiga o grupo que tentou dar um golpe Estado após as eleições.

A Polícia Federal vai investigar a permanência do ex-presidente na embaixada. Caso fosse alvo de uma ordem de prisão, Bolsonaro não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira, porque estaria fora do alcance de autoridades brasileiras.

A defesa do ex-presidente informou ao UOL que vai responder dentro do prazo dado por Moraes.

Dependendo da resposta, o ministro pode concluir que Bolsonaro tentou fugir da Justiça e atrapalhar as investigações. Se isso acontecer, ele pode ser alvo de um mandado de prisão.

Assista ao vídeo:

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Crise diplomática

O ex-presidente foi recebido pelo embaixador húngarto. Imagens de câmeras de segurança mostram o presidente encontrando Miklos Tamás Halmai.

Halmai foi convocado pelo governo Lula a se explicar. Na prática das chancelarias, a convocação de um embaixador tem como objetivo pedir esclarecimentos e mandar uma mensagem de que um gesto daquele governo estrangeiro não foi bem aceito.

Ele foi recebido pela chefe do departamento que se ocupa da Europa, Maria Luisa Escorel. O chanceler brasileiro não participou.

A reunião durou apenas 20 minutos. O diplomata estrangeiro se manteve em silêncio, sem prestar os esclarecimentos que eram pedidos. Ele apenas escutou a embaixadora brasileira e, durante a reunião, permaneceu em contato com seus superiores, em Budapeste.

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