Sakamoto: Bolsonaro usa cadáver da Marielle como tribuna para se promover
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usa sistematicamente o caso Marielle para se promover ou encobrir denúncias que o prejudicam, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News da manhã desta terça-feira (26).
Ao ser questionado por jornalistas sobre sua estadia de dois dias na Embaixada da Hungria, Bolsonaro pediu que perguntassem sobre o caso Marielle, dizendo que passou seis anos sendo acusado do crime.
Bolsonaro é 'mimizento', a família Bolsonaro é 'mimizenta'. O que Bolsonaro fez foi usar o caso Marielle e o dos móveis do Palácio do Alvorada para jogar uma cortina de fumaça sobre a questão da embaixada da Hungria. Ou seja, para desviar a atenção, usou mais uma vez a Marielle.
Desde a morte da Marielle, Bolsonaro sistematicamente se compara a ela. Dizia: 'Vocês da imprensa só falam da Marielle e eu, que levei facada?'. Meu amigo, tem uma diferença: você está vivo, ainda bem. E a Polícia Federal descobriu e prendeu o cara. A Marielle está morta e durante seis anos a Polícia Civil do Rio não apontava quem eram os mandantes.
A Marielle é usada pelo Bolsonaro, historicamente, para ele se promover ou se esconder usando o cadáver dela. É duro, mas Bolsonaro usa o cadáver da Marielle como tribuna para tentar se promover ou se esconder.
O que aconteceu
"É algum crime, por ventura, dormir na embaixada e conversar com embaixador? Tenha santa paciência". Bolsonaro deu a declaração ontem em São Paulo, na saída de um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle no Theatro Municipal.
O ministro do STF Alexandre de Moraes deu um prazo de 48h para que o ex-presidente explique por que passou duas noites na embaixada, em Brasília.
Bolsonaro classificou o caso como "perseguição". "Chega de perseguir, dá um pouco de paz para a gente", declarou na saída do evento.
Tenha santa paciência, deixa de perseguir. Quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Acabou o assunto agora? Vamos falar dos móveis do [Palácio da] Alvorada. Fui acusado de desviar 268 móveis.
Jair Bolsonaro
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