Bolsonaro questiona se é 'crime' dormir em embaixada: 'Chega de perseguir'
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou se era "crime" dormir em uma embaixada. Declaração foi feita na saída de um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, na cidade de São Paulo, na noite desta segunda-feira (25).
O que aconteceu
"É algum crime, porventura, dormir na embaixada e conversar com embaixador? Tenha santa paciência". Afirmação foi feita a jornalistas após Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, estabelecer o prazo de 48h para Bolsonaro explicar por que passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília.
Bolsonaro classificou o caso como "perseguição". "Chega de perseguir, dá um pouco de paz para a gente", declarou na saída do evento.
Tenha santa paciência, deixa de perseguir. Quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Acabou o assunto agora? Vamos falar dos móveis do [Palácio da] Alvorada. Fui acusado de desviar 268 móveis.
Jair Bolsonaro
Bolsonaro foi à embaixada após entregar passaporte
Bolsonaro foi à Embaixada da Hungria quatro dias após entregar passaporte à PF. Ele teria chegado ao local na noite de 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, acompanhado de dois seguranças, conforme o The New York Times.
O ex-presidente foi recebido pelo embaixador. Imagens de câmeras de segurança mostram-no encontrando o embaixador Miklos Tamás Halmai.
Funcionários da embaixada foram orientados a não trabalharem presencialmente. No dia 14 de fevereiro, os funcionários, que deveriam voltar ao prédio no dia seguinte ao feriado de Carnaval, foram orientados a passar o resto da semana trabalhando de casa. De acordo com a reportagem do NYT, ninguém foi informado sobre o motivo da orientação.
Bolsonaro e outras 19 pessoas ligadas a ele entregaram o documento a PF em 8 de fevereiro. A entrega foi feita por medida cautelar referente à operação que investiga o grupo por tentativa de golpe de Estado após as eleições.
A Polícia Federal vai investigar a permanência do ex-presidente na embaixada. Caso fosse alvo de uma ordem de prisão, Bolsonaro não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira, porque estaria fora do alcance de autoridades brasileiras. O STF informou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para o ex-presidente Jair Bolsonaro explicar sua ida à embaixada da Hungria, em Brasília, após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal.
A defesa do ex-presidente informou ao UOL que vai responder dentro do prazo dado por Moraes.
Dependendo da resposta, o ministro pode concluir que Bolsonaro tentou fugir da Justiça e atrapalhar as investigações. Se isso acontecer, ele pode ser alvo de um mandado de prisão.
NEW: Jair Bolsonaro spent two nights at the Hungarian Embassy in Brazil, just after police confiscated his passport as part of a criminal investigation.
-- Jack Nicas (@jacknicas) March 25, 2024
We obtained security-camera footage that shows the president's apparent bid for asylum. Full story: https://t.co/Co1fTuAvdV pic.twitter.com/TC5x0b4Olf
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